05/05/2024  19h08
· Guia 2024     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Opinião
28/12/2021 - 05h37
Premiar os maus e punir os bons?
Percival Puggina
 

Perdi a esperança. Não voto mais. A política brasileira nunca vai mudar porque as mudanças dependem de um Congresso e de um STF que não querem nem ouvir falar nas necessárias alterações. Tudo está sendo feito para favorecer as reeleições da atual representação parlamentar e manter o Supremo com a atual configuração e com a atual conduta”.

As palavras que você acaba de ler me chegaram em mensagem de um leitor. Exceto por pequeno detalhe, são bem verdadeiras as alegações que faz, mas a decisão tomada a partir delas está errada. E a causa do erro, como em tantas situações, está no detalhe: a política brasileira, queira meu leitor ou não, vai mudar sim! Isso é inevitável porque a política não é estática. Ela muda. Em certas condições, muda para melhor; noutras muda para pior.

Se uma certeza eu tenho em relação a essa questão, que se faz oportuna e significativa, a poucas semanas de um pleito nacional, é esta: se os eleitores indignados com a política que temos não comparecerem às urnas porque estão amuados, desesperançados, obviamente a vantagem será dos piores candidatos, votados por maus eleitores que, sim, comparecerão às urnas. Haverá número ainda menor de bons políticos e número ainda maior de maus políticos. E isso significa mudança. Mudança para pior na representação parlamentar, na presidência e nos governos estaduais. Em síntese: um desastre, cujas consequências provavelmente se derramarão sobre uma geração inteira.

Por outro lado, a omissão, o voto nulo, ou em branco, é o ponto culminante de uma omissão anterior. Cidadãos conscientes deveriam ser ativos em todo o período anterior e posterior à eleição. Todos já deveriam saber como votaram deputados e senadores o veto do presidente da República ao Bolsa Reeleição, também conhecido como Fundão Eleitoral, no montante de R$ 5,7 bilhões (clique aqui). Todo cidadão ativo deve escolher seus candidatos o mais cedo possível, ao longo dos próximos meses e trabalhar para elegê-los.

Ao longo do ano que se avizinha, ainda estaremos pagando a conta de dois males simultâneos: a pandemia e o “fique em casa, que a economia a gente vê depois”. Era tranquilo dizer, pegava bem exigir, parecia haver um elevado senso moral a orientar tais condutas. Como em quase tudo na vida em sociedade, porém, há o que se vê e o que não se vê. Ou só se vê depois. Vale o mesmo para essa versão do fique em casa aplicada ao exercício da cidadania, que começa bem antes do voto e não se esgota no voto.


Nota do Editor: Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "OPINIÃO"Índice das publicações sobre "OPINIÃO"
31/12/2022 - 07h25 Pacificação nacional, o objetivo maior
30/12/2022 - 05h39 A destruição das nações
29/12/2022 - 06h35 A salvação pela mão grande do Estado?
28/12/2022 - 06h41 A guinada na privatização do Porto de Santos
27/12/2022 - 07h38 Tecnologia e o sequestro do livre arbítrio humano
26/12/2022 - 07h46 Tudo passa, mas a Nação continua, sempre...
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2024, UbaWeb. Direitos Reservados.