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Opinião
09/01/2022 - 06h31
A crise está no país ou na cabeça dos críticos?
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

O Brasil fechou a balança comercial de 2021 com o superávit de US$ 61,008 bilhões. As exportações somaram US$ 280,394 bilhões, alta de 34%, pela média diária, em relação ao calendário anterior. Já as importações ficaram em US$ 219,386 bilhões, aumento de 38,2% na mesma base de comparação. Assim, a corrente de comércio, que soma exportações e importações, alcançou US$ 499,780 bilhões, uma elevação de 35,8%. No ano de 2021, as vendas para China, Hong Kong e Macau avançaram 28%. Para os Estados Unidos, aumentaram 44,9% e, para a União Européia, 32,1%. Para 2022, a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia (Secex) estima que a nossa balança comercial deva registrar superávit de US$ 79,4 bilhões. Se confirmado, o saldo representará alta de 30,1% em relação a 2021.

O número apurado em 2021 é 8.9% superior ao recorde das sobras entre exportação e importação, o corrido em 2017 mas, apesar de bom, ficou abaixo da previsão do governo, que era terminar o ano contabilizando sobras de US$ 70,9 bilhões. O certo é que, mesmo sob os efeitos da pandemia - que já matou 620 mil brasileiros e impediu o trabalho e a produção em razão de quarentenas, lockdowns e outras medidas restritivas, a economia demonstra vitalidade. Muito diferente do que insistem em afirmar os ditos especialistas, que pintam o quadro como se fosse de aproximação da catástrofe.

Observe-se que, apesar das restrições e até da quebra de muitos negócios - especialmente os pequenos - inviabilizados pelas medidas sanitárias - a economia vai bem no geral. O agronegócio é o grande garantidor, mas na cidade também se verificam muitos lançamentos imobiliários (que jamais ocorreriam numa situação de crise aguda), o mercado de automóveis está aquecido, tanto que na falta dos novos cujas montadoras não conseguem finalizar por falta de componentes eletrônicos, os seminovos valorizaram-se e chegam a custar mais do que o preço do mesmo modelo zero quilômetro.

Com todo respeito aos montadores de cenários - boa parte deles com passagens pelos governos das últimas décadas - não dá para acreditar que esse seja um país inviabilizado pela crise. O que, com certeza, ocorre é o desníveis de produção e a existência de setores problemáticos, o que é comum em toda economia. Em vez da sinistrose e das previsões de que poderá faltar comida no próximo ano, o mais adequado seria todos os cidadãos categorizados dando sua contribuição para a solução dos problemas e das desigualdades.

Sem entrar no mérito das discussões e até na razão ou falta dela aos que participam da polarização, somos levados a registrar que em vez de atuar positivamente em busca de soluções, a preferência tem sido pelo contraditório e identificação de defeitos de uns contra os outros. Parece que ninguém acredita na possibilidade de o Brasil seguir em frente a não ser que ele próprio ou o seu grupo esteja no governo. Isso é um engano absoluto. Em vez da bestial luta pelo poder - e para atrapalhar aqueles que já o conseguiram - o bom seria que todos os setores estivessem francamente empenhados em buscar a correção das dificuldades. E que a polarização se desse em torno do encontro da melhor solução a cada demanda e não do melhor argumento para atrapalhar a vida do adversário.

Pensem todos os senhores e senhoras detentores de parcelas da inteligência nacional. O país só conseguirá atingir o sonhado grande destino através da concórdia e da colaboração. É evidente que os segmentos têm direito a manter e defender seus ideais, mas não de aplicá-los para impedir que os governos executem as tarefas que os levaram a ser eleitos. É inevitável que o debate se acalore durante as campanhas eleitorais, que constituem o momento de cada um dizer o que pensa e com isso conquistar votos. Mas, passada a eleição, quem não pode ajudar não deve atrapalhar. O presidente, governadores e prefeitos precisam de espaço e até voto de confiança para cumprirem com suas obrigações. Quem não se elegeu ou, por alguma razão, é de oposição (o que é legítimo numa democracia) não pode atravessar-se no caminho do eleito. O melhor é acompanhar, se possível até ajudar e, nas próximas eleições, apresentar proposta melhor e com isso tentar obter a maioria dos votos.

Os números de produção não mentem. Não dá para ver o Brasil na desvantagem genérica que se insiste em difundir nacional e internacionalmente. O que pode atrapalhar é a propaganda negativa que setores insatisfeitos realizam. O grande desafio do momento é convencer as inteligências nacionais de que, apesar dos problemas, somos um país viável e que, com a ajuda de todos, acima de ideologia, partido e interesses de grupo, a vida se tornará mais fácil e satisfatória para todos os brasileiros...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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