Com tantas áreas a serem protegidas, com tanta legislação e regras pertinentes a Mata Atlântica, no Estado de São Paulo, esta e sempre esteve a mercê da sorte. A criação dos Parques, não previu e se previu não proveu de recursos necessários à sua proteção. Neste inverno, como em todos os outros, mais uma vez, meus cabelos ficam em pé e, meu humor intolerante, com "trilheiros" de finais de semana e, andarilhos a beira da estrada que, amparados pelo direito de ir e vir, dentre tantos outros, inconseqüentes, voluntária ou involuntariamente ateiam fogo a mata seca. O vento forte e veloz se incumbe da propagação na mesma intensidade. Não há muito o que fazer. Não há aceiros preventivos, não há brigadas equipadas e treinadas e, muito fazem com o pouco, ou quase nada que tem, a Defesa Civil, PMs e GMs. A proteção da Mata Atlântica e dos ecossistemas de seu entorno, passa e, é dependente, da responsabilidade e das ações do Estado. Os municípios não possuem, nem podem custear nenhuma estrutura para este fim. Assim, as ONGs protetoras precisam, muito além de propor as restrições ao uso e a ocupação da Mata, compartilhar desta (triste) realidade, até por uma questão de ordem. O fogo, muito mais que as intervenções predatórias, extermina imediata e fulminantemente o que se pretendia preservar. O assunto é dependente de recursos, de posturas antipáticas e, muita vontade política, além, é claro, dos discursos e das campanhas, compatíveis com esta realidade, das ONGs ditas protetoras. Não há poesia na contemplação no fogo, quando quem arde é a Mata. Fogo na mata: Apague esta idéia. O Fogo na Mata, mata a mata.
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