19/05/2024  08h37
· Guia 2024     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
COLUNISTA
Marcelo Sguassábia
07/03/2022 - 06h01
Até tu, Streaming?
 
 

Certo está o bom (bota bom nisso), velho e analógico Ruy Castro, que não tem celular, carrega providencialmente algumas fichas telefônicas no bolso e não se desfaz de jeito nenhum dos milhares de vinis, CDs e DVDs que juntou ao longo de décadas - a despeito das plataformas de streaming da vida.

Ainda que os orelhões estejam extintos da paisagem e as fichas telefônicas dividam espaço com suspensórios e mata-borrões nas feiras de antiguidade, talvez o jurássico Ruy esteja mais up-to-date do que a galerinha viciada em Tik-Tok.

Notícias recentes dão conta de que a debandada de compositores e intérpretes do Deezer, Spotify, Amazon Music e outros será avassaladora daqui pra frente. As esmolas arremessadas a eles por estes megaportais fariam um flanelinha de semáforo parecer um Jeff Bezos, se comparados os rendimentos de direitos de execução de artistas consagrados à caixinha dos labutadores dos cruzamentos.

A coisa é de causar vergonha. Segundo o Canaltech (www.canaltech.com.br), um cantor/compositor precisa ter sua música executada 791.945 vezes por ano para enfiar o pé na jaca, locupletando-se com pagamento equivalente a um salário mínimo brazuca. Isso no Spotify. No Youtube, os números conseguem ser muitíssimo piores: 5.015.652 é a quantidade de reproduções necessárias para fazer jus à mesma bolada. Só ganham dinheiro pra valer os arrasa-quarteirões internacionais e os sertanojos da vez, com seus trinados rouxinolescos e suas sofrências incuráveis.

De duas, uma: ou voltamos ao tempo do Napster, com gigantescos sites piratas de compartilhamento de arquivos, ou a mídia física retorna de vez. O que seria a revanche dos tubarões das gravadoras, que amargam penúria há décadas. E, claro, seria também a confirmação dos dotes proféticos do Ruy, que certamente irá passar a mão no telefone fixo e comentar com os amigos mais chegados: “Eu não disse?”.

Esta é uma obra de ficção.


Nota do Editor: Marcelo Pirajá Sguassábia é redator publicitário em Campinas (SP), beatlemaníaco empedernido e adora livros e filmes que tratem sobre viagens no tempo. É colaborador do jornal O Municipio, de São João da Boa Vista, e tem coluna em diversas revistas eletrônicas.
PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "CRÔNICAS"Índice das publicações sobre "CRÔNICAS"
31/12/2022 - 07h23 Enfim, `Arteado´!
30/12/2022 - 05h37 É pracabá
29/12/2022 - 06h33 Onde nascem os meus monstros
28/12/2022 - 06h39 Um Natal adulto
27/12/2022 - 07h36 Holy Night
26/12/2022 - 07h44 A vitória da Argentina
ÚLTIMAS DA COLUNA "MARCELO SGUASSáBIA"Índice da coluna "Marcelo Sguassábia"
21/12/2022 - 06h09 Previsões para amanhã
25/10/2022 - 05h52 Duña, uma fotobiografia
18/10/2022 - 05h45 Hardy, a hiena, vai anular o voto
03/10/2022 - 06h05 Nostraduña
20/09/2022 - 06h24 Aperfeiçoamentos enxadrísticos
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2024, UbaWeb. Direitos Reservados.