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Opinião
11/03/2022 - 06h01
Todo dia é Dia de Ser Humano...
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Na passagem de 8 de março - Dia Internacional da Mulher - vimos alguns movimentos que têm por objetivo fixar e comemorar a data, expondo a situação difícil que o humano feminino ainda vive na sociedade. É triste, por exemplo, ver a polícia ampliando diligências e prendendo homens que maltrataram suas mulheres - sejam elas companheiras ou não. O ideal seria que essas desinteligências e crimes não existissem mas, para isso, não poderíamos ter editado seguidamente leis que tornaram ineficaz o cumprimento de penas, apesar de, paradoxalmente, haver o movimento de defesa da mulher e das minorias. Tivéssemos o rígido cumprimento da pena arbitrada, muitos agressores - tanto homens quanto mulheres - seriam mais cautelosos e evitariam criar problemas, principalmente, maltratar o sexo oposto.

O Dia da Mulher - é bom lembrar - decorre do massacre de 123 operárias que, em março de 1911, trabalhavam numa tecelagem de Nova York e lutavam por seus direitos. Houve um incêndio no prédio e elas não puderam sair porque as portas estavam trancadas. Além das mulheres, 23 homens também pereceram carbonizados. Por esse e outros acontecimentos, a defesa da mulher tornou-se bandeira em todo o mundo e chegamos hoje à difícil situação que rivaliza homens e mulheres, quando o ideal seria viverem de forma pacífica e colaborativa, sem disputa e muito menos violência. A mulher, com sua força, inteligência e sensibilidade, avançou bastante no mercado de trabalho e ainda deverá conquistar novos horizontes antes ocupados exclusivamente por homens. Isso, no entanto, não deveria ser encarado como uma disputa pura e simples, mas como empoderamento e mais uma possibilidade de homem e mulher conviverem em paz. Já que o tema foi desenvolvido como uma guerra entre os sexos, hoje a sociedade tem um problemão a enfrentar e, resolver, se puder.

É lamentável que coisas e ações criadas para promover as pessoas acabem se tornando motivo de luta e até crimes. Mas, além da mulher - que a duras penas vai conquistando a sua parcela de espaço na sociedade - temos outras minorias igualmente vitimadas pelo mau encaminhamento das teses criadas com o bom propósito de ajudá-las. Citemos negros, índios, homossexuais, deficientes físicos e outros prejudicados pelo preconceito, por regionalismos e pela ignorância pregada ao longo de décadas, talvez por séculos.

Não é inteligente estabelecer disputa entre os diferentes de uma mesma sociedade. Homem e mulher são biologicamente complementares e assim deveriam ter desenvolvido suas relações, pouco importando o que cada um deles executa desde que tenha condições físicas para tal. Negro, branco, amarelo e qualquer outra “cor” étnica são exatamente iguais em sentimentos, dignidade e direitos e jamais deveriam ser divididos por classes ou origens. Homossexuais têm o direito de fazer do próprio corpo o que melhor lhe aprouver sem que isso afronte os demais e sem ser por esses afrontados. Deficientes físicos precisam ser compreendidos, respeitados e amparados para ter uma convivência saudável e produtiva junto aos demais.

Além de potencializar as diferenças, a sociedade - notadamente os movimentos de inspiração e finalidade política, pregaram (e ainda pregam) a divisão e o embate. Em vez de buscar a solução para problemas, preferem o atalho. No lugar de promover a melhor capacitação das minorias para o enfrentamento das barreiras da sociedade, inventou-se o regime de cotas que serve à mulher nas candidaturas eleitorais, ao negro e ao índio para ingresso na faculdade e no serviço público etc.

Vivemos a potencialização do antagonismo. Mas sempre defenderei a pacificação para que todos os dias - como na velha música que dizia “todo dia é dia de índio” - sejam Dias do Ser Humano, pouco importando se homem, mulher, negro, branco, amarelo, índio ou qualquer que seja. Reivindico, até, que essa deferência se estenda aos animais, esses viventes também prejudicados pela impropriedade no desenvolvimento das relações humanas.


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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