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Opinião
15/03/2022 - 05h59
A era de trevas, ontem e hoje
Benedicto Ismael Camargo Dutra
 

Na “idade das trevas” (de 476 a 1453 d.C.) ocorreu na Europa a estagnação cultural e econômica em decorrência do declínio do Império Romano do Ocidente. Foi uma época dominada culturalmente pela religião. Também denominada como “idade média”, nesse período houve o avanço da obscuridade em que a original Mensagem de Luz, trazida por Jesus, foi sendo desfigurada por alterações e inserções mais condizentes com a vaidade e que pouco contribuiu para a evolução espiritual da humanidade.

Em seguida houve o Renascimento, um movimento cultural, econômico e político que surgiu na Itália do século 14 e se estendeu até o século17 por toda a Europa. Os renascentistas se colocaram como herdeiros do pensamento e da ciência desenvolvidos por gregos e romanos, dando ênfase ao intelectualismo materialista, fazendo renascer a cultura da antiguidade, mas não pesquisaram o saber sobre os entes mitológicos. Foram eles que denominaram a Idade Média como a Idade das Trevas, mas na verdade esse obscurantismo perdura até nossos dias, pois o avanço da intelectualidade se voltou para o materialismo, sufocando o pouco de espiritualidade que havia restado do passado.

Dois fatores foram progressivamente reduzindo a influência e interesse pela religião: a evolução do dinheiro e a revolução industrial, mas podemos dizer que ao lado desta última teve início a revolução financeira que a tudo afetou. A economia e as finanças passaram a ser a grande motivação das nações. A Inglaterra e a França queriam assegurar os recursos naturais, matérias-primas, energia, competitividade e mercados para as manufaturas, e passaram a constituir colônias. Nesse ínterim, os Estados Unidos se fortaleceram e acabaram afirmando, através da Doutrina Monroe, a América para os americanos. A Alemanha, com população disciplinada, galgou posição com produtos de boa qualidade e preços competitivos. Com o avanço da penetração da Alemanha nos mercados, a economia mundial começou a se complicar, chegando aos embates da Primeira Guerra Mundial.

A Inglaterra e os Estados Unidos avançaram no controle do dinheiro e das finanças. A Alemanha, se ressentindo disso, tentou buscar outro caminho para evitar depender de capital externo, mas foi caindo na obscuridade, queimando livros contrários à sua ideologia, gerando atritos irreconciliáveis que deram origem ao mais trágico embate, a Segunda Guerra Mundial que se estendeu de 1939 a 1945 com muita destruição e sofrimentos.

Terminada a guerra, a humanidade queria paz e progresso, houve um período de leveza, embora ainda prevalecesse a cobiça por riqueza e poder. O mundo foi caminhando para o desenvolvimento tecnológico e inovações. Logo ficou evidente que muitos países ficariam para trás na educação, na pesquisa científica e tecnológica, passando à condição de dependentes, restringindo-se ao fornecimento de alimentos e matérias-primas.

A melhora durou pouco, pois logo surgiram novas crises financeiras, o endividamento público e a globalização da produção. O dinheiro se tornou o grande ídolo. As corporações foram produzir na China onde a mão de obra era muito mais em conta. Aparentemente não haveria mais razão para guerras; a globalização era a solução preferida. Com custos imbatíveis e câmbio favorável, a China foi penetrando nos mercados, inviabilizando a produção industrial local. Tudo caminhava a contento, a China enriquecia e adquiria novas tecnologias, passando a produzir produtos de qualidade, almejando ter moeda forte. Até que os norte-americanos elegeram Donald Trump que passou a tomar medidas para atender os anseios do seu povo, contrariando os postulados da globalização.

Veio a guerra comercial e o recrudescimento da geoeconomia. Eis que os chineses são atacados pela Covid-19, não divulgam logo a gravidade da doença e tudo foi parando. Cidades no mundo todo fecharam o comércio, parando de produzir, vender, receber e pagar. A situação se agravou pelo artificialismo do sistema econômico global que fechou fábricas, desempregou. Agora os estrategistas precisam buscar soluções para contornar as dificuldades para impedir o declínio. Continuamos dominados pela cobiça de poder e temos de avançar para além do materialismo para encontrar a Luz da Verdade.


Nota do Editor: Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

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