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Opinião
08/09/2005 - 15h12
Chegaremos lá?
Murillo Neves Tavares da Silva
 

Leio nos jornais que o Vice-Presidente da República acaba de desfiliar-se de seu partido político (PL), um dos mencionados como beneficiário dos escandalosos pagamentos de mensalão. Taxativamente apontado pelo Dep Fed Roberto Jefferson como infrator da lei, o presidente do citado partido, Waldemar da Costa Neto, renunciou ao mandato de que era detentor, para escapar de uma cassação quase certa. As razões para a saída do Sr José Alencar de sua agremiação estampadas nos jornais e em sites da Internet são várias: inconformismo com a permanência do Waldemar na presidência; não aceitação de sua proposta de fusão PL/PP/PTB, que foi rejeitada por 40 votos contra um; uma eventual disposição dos liberais de se afastarem da tal base governista em futuro bem próximo; além de questiúnculas da política mineira.

Como o Sr Alencar é, também, Ministro da Defesa, poder-se-ia pensar nas implicações de seu gesto em relação às Forças Armadas. A primeira: ficando sem partido, ele não se torna alvo de uma substituição a curto prazo? Tendo em vista que o Sr Lula o tem, desde a campanha, como um anteparo contra a sanha das elites e para compor o falsificado perfil de "lulinha paz e amor", criado pelo marqueteiro provisionado em dólares nas suas contas clandestinas do exterior, há uma espécie de seguro quitado para sua permanência. A segunda: haverá pressões por parte de outros partidos para ocupação da vaga e a elas não conseguirá resistir um governo a cada dia mais desmoralizado, tão desmoralizado que sua Casa Civil foi obrigada a reconhecer que há "notas inidôneas" (novo nome para notas frias, como os "recursos não contabilizados" tornaram-se sinônimo de caixa dois e roubalheira) recebidas como comprovante de gastos com cartões corporativos? Não é crível, porque até as ambições políticas têm limites e ninguém vai querer envolver-se com militares, a quem o governo tem deliberadamente imposto desmoralizações nunca antes imaginadas. E, para que não se diga que isso não existe, é importante mencionar que, no programa de comemorações da Semana da Pátria, o Governo Federal convida para a exibição do filme LAMARCA, a ser realizada no auditório do Ministério da Educação, dentro do Ciclo do Cinema Nacional do MEC, às 12 horas do dia 8 de setembro. O convite, bem grande e com o cabeçalho colorido dizendo que o 7 de Setembro é o dia de todos os brasileiros e brasileiras, está em todos os jornais.

A exaltação da vida de um desertor, ladrão de armas, assaltante e assassino cruel de um indefeso policial-militar de São Paulo não é coisa que interesse à maioria da população brasileira nos festejos de sua data maior. Interessa aos comunistas, marxistas, leninistas e tantos outros esquerdistas radicais que se encastelaram no governo do país e não se cansam de se vingar de quem os derrotou, fragorosamente, em 1935 e em 1964. Quem sabe se a acomodada ordem do dia do Comandante do Exército, no último dia 25 de agosto, não tivesse sido tão omissa em relembrar que sua Força já salvara sua Pátria de outros lamarcas, os provocadores não ousariam o tanto que estão ousando.

Finalmente, a possível terceira implicação da atitude do Sr Alencar: se substituído, até mesmo a pedido, sentiriam as Forças Armadas, no que tange à continuidade de uma vigorosa atuação ministerial? Forçoso dizer que não, porque nunca se viu nada que caracterizasse o senhor Alencar como ministro de uma pasta tão vital para a manutenção da soberania nacional. Diga-se de passagem que ele mesmo confessou não ter o perfil para a função. A bem da verdade, acrescente-se que nenhum dos nomeados, desde a criação do malfadado ministério, tinha.

O certo é que as denúncias do Sr Jefferson já abalaram muitos alicerces. Chegaram a Ministros; motivaram inúmeras demissões em elevados cargos de confiança; beiraram mesmo o Vice-Presidente (que estava no apartamento onde foram tramadas as transferências de dinheiro, à época da campanha, e, desconfiado certamente de algumas coisas, recomendou que tudo tivesse recibo) e, agora, o obrigam a uma desfiliação inesperada; rondam o Presidente da Câmara dos Deputados, numa outra vertente de propina; e, quero crer, podem aproximar-se mais do Sr Lula, quando os investigadores tiverem a certeza de que a Nação é suficientemente madura para vencer suas crises, ainda que no desfecho delas haja um impedimento presidencial.

Quando se sabe que a atriz Regina Duarte vai voltar a aparecer na telinha da Globo, é para ficar alegre. Banida, desde quando revelou, com uma visão premonitória, seus receios em relação à horda petista, parece um alívio saber que começam a reconhecer que ela tinha razão. Será que chegaremos lá?


Nota do Editor: Murillo Neves Tavares da Silva é General de Divisão Reformado. Texto publicado por Publicado por Ternuma.

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