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Opinião
07/09/2005 - 11h00
Apenas reflexões
Corsino Aliste Mezquita
 

O assunto turismo, em Ubatuba, é tema persistente, tanto nas informações ministradas pelos ocupantes dos poderes quanto dos cronistas inconformados com o tratamento que recebe e que, segundo suas opiniões, impedem que Ubatuba possa se comparar a outros centros onde a atividade é próspera e rentável. Cada um aponta razões e causas que dificultam a evolução do turismo, em nosso município.

Em 1997 publicamos oito longas crônicas sob o título: "OBSTÁCULOS AO TURISMO, EM UBATUBA". Registramos itens óbvios, tratados com simplicidade e visando fossem refletidos e considerados por todos os responsáveis de seu planejamento e desenvolvimento. Nestes oito anos sucederam-se debates, administrações, crises na COMTUR e, os obstáculos, continuam interferindo, negativamente, no turismo de Ubatuba.

Apenas, a título de refletir sobre eles, relacionaremos, sucintamente, os obstáculos comentados naquelas oito crônicas.

• Altos preços dos serviços turísticos e mentalidade exploratória do turista e não do turismo.
Para termos turismo de qualidade, o turista, não pode se considerar explorado. O deus turista tem que se sentir confortável, bem tratado, mimado, ocupado em atividades prazerosas e objeto de todas as atenções. A impressão de estar tendo vantagens é imprescindível.

• Alguns aspectos naturais adversos.
Chuvas intensas, freqüentes trombas de água e suas conseqüências em deslizamentos de terra, interdição de estradas, isolamento do município por horas ou dias, alagamento de ruas etc. são obstáculo de difícil solução. Na nossa avaliação esses obstáculos estão sendo amplificados pela tolerância, do município, em deixar localizar pessoas em áreas de risco. Pessoas que acabam sendo desalojadas pelas intempéries e criando notícias e propaganda negativa.

• Acessos viários e ruas em estado deplorável.
Lombadas, estradas sem acostamento, ausência ou precariedade na sinalização, ruas esburacadas e cheias de perigos são sérios obstáculos ao turismo de qualidade. O turista não suporta dançar, com o seu carro, nas lombadas e ficar esquivando ou contornando, quando pode, os milhares de buracos existentes nas ruas.

• Precariedade dos serviços públicos de saúde, segurança, transportes e fiscalização dos estabelecimentos de serviço ao turista.
Registramos naquela época: "Os usuários locais e os turistas são impiedosos, principalmente, com a Santa Casa". Esses obstáculos continuam presentes e tem se agravado.

• Precariedade dos serviços públicos de limpeza e manutenção dos logradouros públicos.
Observa-se falta de planejamento para evitar que esse obstáculo continue crescendo. Registramos em 1997: "Para poder exigir dos outros, a Prefeitura, deverá fazer, primeiro, a sua parte". "Querendo turismo de qualidade não podemos conviver com tanto desleixo, descaso, sujeira e com matilhas de cães sarnentos excretando pelas ruas e praças. O turismo exige maior atenção e melhor qualidade urbana".

• Deficientes cuidados com as praias.
Alguns dos pontos que deveriam ser considerados e refletidos são: Excesso de quiosques, ambulantes, carrinhos de lanches estacionados na areia, peladas de futebol e outros esportes, ausência de sanitários, chuveiros, trocadores de roupa etc. Naquela época escrevíamos: "Pouco, muito pouco está sendo feitos para conservar as praias limpas". Esses obstáculos continuam atuais e sendo agravados a cada sessão de Câmara.

• Cobrança de estacionamento nas praias.
Registrávamos, naquela oportunidade, não sermos contra a cobrança de estacionamento e sim reprovamos os processos de cobrança e os péssimos serviços oferecidos ao turista, assim como somos contrários à corrupção presente naquelas cobranças. De lá para cá muito se tem discutido, legislado e pouco progredido. A COMTUR que cuidava do "assunto turismo e cobrança" passou por diversas crises, denúncias, mudanças legais e, quando começou a entrar nos trilhos, após longa CPI, recebeu um golpe mortal que a deixou sem condições de cumprir os compromissos assumidos.

O tema "OBSTÁCULOS AO TURISMO, EM UBATUBA" não fica esgotado nestas considerações óbvias e simples. Outros obstáculos bastante sérios existem. Também eles deverão ser considerados para não sofrermos o retrocesso de outros municípios que já foram considerados paraísos. Aglomerações desordenadas, em logradouros públicos, de jovens, bicicletas, mendigos e supostos marginais e traficantes podem matar a nossa galinha dos ovos de ouro. O Poder Público se envolver em festivais de PAZ, Arraiais de Cristo e outros programas eclesiais, não vinculados ao nosso folclore e tradições culturais, pode ser fatal e afastar mais o nosso já limitado turismo.

Estas considerações, trazidas à baila novamente, visam, unicamente, convidar à reflexão e, se possível, encontrar soluções para remover esses obstáculos. Sem solucionar, essa problemática, não frutificarão as boas intenções e o empenho do atual Secretário de Turismo, para promover seu desenvolvimento. Também será necessário maior conhecimento técnico dos envolvidos no seu planejamento e abrir portas e janelas para a UNITAU participar com suas idéias, conhecimentos teóricos e práticos, seus professores e alunos do "Curso de Administração com Ênfase em Turismo e Hotelaria". Quem tem uma universidade, no município, não pode deixar de chamá-la para enriquecer o debate. A pluralidade e diversidade de inteligências participando será sempre benéfica.


Nota do Editor: Corsino Aliste Mezquita, ex-secretário de Educação de Ubatuba.

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