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Crônicas
09/09/2022 - 06h06
Escondendo a fraqueza com uma peneira
Dartagnan da Silva Zanela
 

De tempos em tempos, aparecem alguns termos por aí que acabam tomando algum espaço e, por conta disso, terminam caindo na boca do povo e passam a ser usados por todos em toda e qualquer circunstância, como se esses fossem uma nota de dez reais.

Termos que, malandramente, procuram, de certa forma, suavizar um e outro vício moral que temos encalacrado em nossa alma. Eles nos ajudam a nos esquivar dessa ingrata tarefa de termos de dar os devidos nomes aos bois e jabutis e, por isso, utilizamos as ditas palavrinhas que estão na crista da onda para nos safarmos dessa.

Uma dessas abençoadas, sem dúvida alguma é a tal da “autossabotagem”. Reparem que toda vez que essa dita cuja é evocada, ela o é para não dizermos que deixamos de fazer algo, ou para não explicarmos porque estragamos tudo.

É que “autossabotagem” é mais chique de se dizer e dá até um certo ar de, como direi, superioridade, não é mesmo? Vejam, o Fulano é assim não porque é vadio, e o Beltrano é assado não porque não está nem aí pra nada. Nada disso, cara pálida! É porque ele apenas está se “autossabotando”.

Não. Definitivamente não. Nossa alma é desordenada e fragmentada por um monte de vícios morais e caprichos pessoais que, muitas e muitas vezes, nos dominam e terminam por nos agrilhoar junto ao chão frio da nossa má vontade.

Não é “autossabotagem”. É lassidão, é autocomplacência, falta de bom senso, ausência de senso das proporções e, principalmente, uma tremenda carência de responsabilidade. É tudo isso e muito mais, muito mais do que a palavra “autossabotagem” é capaz de abarcar e expressar.

Crônica falada.


Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
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