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Crônicas
19/10/2022 - 05h58
Não era o Titanic, mas afundou
Dartagnan da Silva Zanela
 

Humberto de Campos, em seu livro “A serpente de bronze”, nos conta que, certa feita, um velho coronel foi com sua família, numa tarde quente de domingo - ou seria sábado? - para banharem-se nas águas dum riacho que cortava sua propriedade e, diga-se de passagem, era uma propriedade bem macanuda.

Ele, imponente, com seu bigode farto, sentou-se numa cadeira junto à sombra de um pessegueiro para bebericar uma um chá gelado que havia trazido consigo, na cesta de piquenique, enquanto sua bela senhora pulou de ponta cabeça nas águas do riozinho, nadando firmemente, e com constância, para águas mais profundas.

Seu filho pegou uma cumbuca de barro e foi para às margens do rio para brincar, usando o utensílio doméstico como barquinho, fazendo de conta que era um marinheiro.

Lá pelas tantas, o guri empurrou a cumbuca/barquinho com mais força para que ela navegasse um tanto sem ele e, de repente, a dita cuja começou a fazer água e naufragou, indo parar no fundo do rio, perdendo-se de vez.

O garotinho, sem entender, perguntou ao pai: “por que ela afundou?” “Porque ficou cheio de água”, disse o coronel. “Mas como ela ficou cheia de água se eu não coloquei água dentro dela”? “Porque há um furinho no meio da cumbuca. Quer dizer, havia”.

O garotinho parou, franziu a testa, e passou a ficar muito preocupado com sua mãezinha que estava nadando sozinha na parte mais funda do rio.

De maneira similar ao garotinho dessa velha historieta, nós muitas e muitas vezes também fazemos inúmeras analogias inapropriadas, que nos levam a conclusões desbaratadas, que servem de base para tomarmos decisões que, no frigir dos ovos, acabam se revelando tremendamente exageradas, para dizer o mínimo.

Mas, como somos afobados e queremos tudo para ontem, esquecemo-nos que, na maioria das situações que a vida nos apresenta, urge que tenhamos paciência. Sim, paciência, porque depois da humildade, essa é uma das virtudes mais necessárias em nossa vida para bem vivê-la. Tão importante que apenas os idiotas e os insensatos a desprezam.

Crônica falada.


Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
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