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Opinião
17/11/2022 - 05h37
Trocando seis por meia dúzia
Dartagnan da Silva Zanela
 

Toda vez que ouvirmos alguém falar da importância do que se convencionou chamar de “pragmatismo político”, entendamos que se trata tão só e simplesmente de “oportunismo maquiavelicamente rasteiro”.

Tal oportunismo seria uma das grandes permanências da política tupiniquim, infelizmente.

Um bom exemplo disso foi a fala de um “cacique político” que havia sido indagado, logo após a Revolução de 1930, qual seria a posição do seu Estado frente ao golpe e este, laconicamente, respondeu: a nossa posição é a mesma de sempre, do lado do sistema.

Também podemos evocar o exemplo do golpe da Proclamação da República. Até 1889 o número de republicanos em nosso país era bem pouco significativo e, logo após o fim do Segundo Reinado, e o exílio da família imperial, do nada, boleiras de monarquistas passaram a se apresentar como sendo republicanos convictos, apesar de serem apenas republicanos de última hora.

Mais recentemente, em 2018, o Congresso Nacional contava com uma parcela significativa de deputados e senadores que se apresentaram durante a campanha como sendo conservadores. Confesso que, à época, isso havia me alegrado pacas. Pois é. Ledo engano de minha parte. Não demorou para muitos desses figurões e figurinhas revelarem o seu “pragmatismo”, digo, todo o seu oportunismo político.

Hoje, vemos um congresso que, de forma similar, apresenta uma feição bastante conservadora, porém, algo me diz que muito dessa feição, em breve, revelar-se-á tão postiça quanto a feição de 4 anos atrás.

Por essa razão que o sociólogo, não o ex-presidente, Fernando Henrique Cardoso, referia-se a essa parcela significativa da classe política brasileira como “forças do atraso”. Aliás, uma alcunha mais do que apropriada para esse tipo vil de mentalidade.

Naturalmente, não existe a possibilidade de equacionar esse problema em curto prazo, tendo em vista que apenas se vence algo quando este é substituído e, nesse sentido, substituir-se-á as “forças do atraso” pelo quê? Se os ditos conservadores não se preocupam em formar quadros políticos, substituir oportunistas por carreiristas é o mesmo que trocar seis por meia dúzia, não é mesmo?


Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
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