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Crônicas
16/09/2005 - 07h58
A verdadeira emancipação feminina
Moacyr Scliar - Agência Carta Maior
 

Na última semana, a Sociedade Brasileira de Cardiologia divulgou dados preliminares de uma pesquisa sobre tabagismo no Brasil. Há pelo menos um fato alarmante: a percentagem de mulheres que fumam dobrou na última década, passando de 10% para 20,5%. Na população masculina aconteceu o contrário. Há 10 anos, 38% dos homens fumavam. Hoje, esta percentagem reduziu-se para 28%. E a maior percentagem de mulheres fumantes encontra-se justamente na região brasileira de maior renda e de maior nível educacional, o Sudeste, que neste sentido tem um perfil semelhante ao dos Estados Unidos: lá, o número de homens fumantes vem reduzindo-se, porém mais de um quinto das mulheres em idade fértil ainda faz uso do cigarro.

Qual a explicação para estes dados? Uma delas poderia ser o estresse a que estão submetidas as mulheres na moderna sociedade brasileira. Mulher, especialmente no Sudeste, já não fica em casa entregue às lides domésticas e ao cuidado dos filhos; sai, vai estudar, vai trabalhar. Mas isto, todo mundo sabe, não diminui a sobrecarga no lar; resulta simplesmente num acúmulo de tarefas. Daí a tensão emocional. Daí o recurso ao cigarro.

Mas há um outro fator. Durante muito tempo, as mulheres viram no cigarro um símbolo de emancipação; o hábito de fumar as igualaria aos homens. A indústria do tabaco deu-se conta disso e desencadeou uma propaganda maciça, mostrando cenas de mulheres fumando e criando marcas de cigarro dirigidas ao público feminino. Propaganda que, aliás, foi bem-sucedida, como se vê pelos números.

Os resultados foram desastrosos. O câncer de pulmão, que era extremamente raros entre as mulheres, começou a aumentar entre elas. O fumo tem efeitos danosos na gravidez e nos bebês. Os fetos das grávidas fumantes recebem menos oxigênio. As crianças nascem com peso menor; a prematuridade é mais freqüente. Segundo o serviço de saúde pública dos Estados Unidos, se as grávidas não fumassem haveria uma redução de 11% nos partos prematuros e de 5% nas mortes natais. E os problemas continuam depois: recentes estudos mostram que a freqüência de hiperatividade é maior entre filhos de fumantes. O desempenho escolar deles também é inferior. A isto se deve acrescentar o risco do fumo passivo, que expõe aqueles que convivem com fumantes à nicotina, ao monóxido de carbono e a centenas de outras substâncias tóxicas presentes no tabaco.

Está na hora de as mulheres deixarem de fumar. Será uma grande prova da verdadeira emancipação feminina - e do tradicional bom senso das mulheres.

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