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Opinião
27/09/2005 - 08h34
Retrato três x três
Corsino Aliste Mezquita
 

Só um pequeno exemplo da mentalidade de nossos poderes e de sua preocupação em dar exemplo de ética ao cidadão brasileiro.

Poder Judiciário

Onze juízes do Superior Tribunal de Justiça com suas esposas e ou companheiras viajaram a Santiago do Chile, na semana do sete de setembro de 2005, para participar de SEMINÁRIO SOBRE PLANOS DE SAÚDE. "Foi uma curta temporada regada a bons vinhos daquele país e com todas as mordomias que costumam acompanhar esses rega-bofes". A viagem foi patrocinada e custeada pela AMIL. Na volta o MM Presidente do Tribunal derrubou a liminar que proibia o aumento de 26%, aos planos de saúde, e lhes concedeu esse aumento.

Questionado sobre esse cruzamento de interesses entre o público (neste caso todos os cidadãos brasileiros filiados aos planos) e o privado (neste caso a AMIL) disse: "Não vejo conflito de interesses. Essa é uma ética idiota".

Ele não está vendo conflito de interesses porque alguns de nossos homens públicos ficam, pelo dinheiro, como a própria Justiça. Cegos. (Revista VEJA n° 1923-ano-38-n°38 de 21 de setembro de 2005- páginas 98 a 102).

Supostamente, pela documentada denúncia de VEJA, a sentença do Presidente foi revogada pelo Plenário do Tribunal, aos 23-09-05, declarando ser matéria para ser julgada pelo STF.

Considerando a ética idiota alguém pode julgar com isonomia e fazer justiça?

Poder Executivo

As comissões mistas de inquérito já apuraram que, nestes últimos três anos, passaram pelas contas das empresas de Marcos Valério mais de R$ 3.900.000.000,00 (três bilhões e novecentos milhões de reais). Supostamente esse dinheiro foi destinado a beneficiar o Poder Executivo, gratificar os amigos do REI e azeitar à máquina das votações.

O Sr. Empresário não está preso. Ninguém, no Poder Executivo, viu qualquer irregularidade no seu comportamento. Ninguém observou ilegalidades, ofensas à legislação do Banco Central que regulamenta o mercado de capitais. O próprio Banco Central, o Ministério da Justiça, o Ministério da Fazenda, a Casa Civil e a Presidência da República podem continuar se apresentando à nação como exemplos de ética e de amor à PÁTRIA.

Todos nós, humildes cidadãos pagadores de impostos, podemos entrar, no banco de nossa preferência, e sair de lá com alguns milhões de reais de crédito, em nossas contas, sem deixar quaisquer garantia. Nesse rol de privilegiados podemos incluir os sem educação, sem saúde, sem casa, sem segurança, sem nada... os famintos, ignorantes, pobres, miseráveis e aqueles que sofrem de todo tipo de privações porque não levantam o traseiro de suas poltronas almofadadas, veludas, macias e instaladas nas ruas e abaixo dos viadutos das cidades pequenas, médias e grandes. Afinal das contas: "Todos somos iguais perante a LEI". Caso alguém, cansado de ser otário, peça justiça, é, imediatamente, qualificado como inimigo da PÁTRIA.

Até quando a cidadania suportará o descaso e ser considerada otária?

Poder Legislativo

Sessão Plenária das CPMIs dos Correios e do Mensalão. Sessão de gentilezas.

Deputado a Senadora: "A senhora tinha que ter sido expulsa há mais tempo do PT! Votou contra a cassação de Luis Estevão. Seu adversário político ACM disse que foi porque transou com ele! (sic).

Senadora a Deputado: "Se é para falar em sexualidade dizem que o Senhor é envolvido com rede de prostituição, pedofilia e gasta dinheiro roubado nas festas de Jane Mari Córner" (sic). Há indícios de que ambos falaram a verdade. José Simão escreveu, na Folha de S.Paulo de 23-09-05 E 3 que os parlamentares não estavam alterados. É o normal deles! A Senadora chama a todos de "cabras safados".

Essa fina educação dá condições para legislar visando os interesses do país?

Nossos homens públicos estão deixando nanicos os principais personagens do romance histórico de Mário Vargas Llosa, "La Fiesta del Chivo". Em tradução brasileira de Wladir Dupont, "A FESTA DO BODE", Editora Mandarim São Paulo - 2000.

Observa-se que, como no romance, nossos políticos, quando acuados e pegos com a boca na botija, reagem com desfaçatez, agressões e insultos. Não esquecem, nos seus delírios, apologias à ignorância e desprezo pelo povo. Esse povo pode estar formado por elites e elitizinhas.

Assim caminham nossos três poderes, independentes e harmônicos. Mais harmônicos que independentes.


Nota do Editor: Corsino Aliste Mezquita, ex-secretário de Educação de Ubatuba.

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