Dificuldade para enxergar de perto. Talvez essa seja a definição mais objetiva que se possa dar a um problema que atinge a maior parte das pessoas com mais de 40 anos. Hoje, já existem diversas opções para corrigir esses sintomas, que vão desde lentes modernas até cirurgias É difícil, pelo menos para a grande maioria das pessoas, chegar aos 40 anos com a visão completamente perfeita. Mesmo para quem nunca precisou de nenhuma correção, após essa idade, começam a aparecer alguns sintomas, frutos do processo natural de envelhecimento do olho. O mais comum é a presbiopia, que é a dificuldade para ver de perto, popularmente conhecida como "vista cansada". Ela é caracterizada pela perda de elasticidade do cristalino. A pessoa apresenta dificuldade para ajustar a visão a objetos mais próximos e o músculo ciliar perde a capacidade de se contrair para movimentar as cartilagens do cristalino. Nos hipermétropes, a presbiopia costuma se manifestar antes dos 40. No caso dos míopes, sem o uso da correção para longe, conseguem enxergar bem de perto até em idades mais avançadas. Entretanto, Paulo Targino, diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Material Óptico e Fotográfico do Distrito Federal (Sindióptica/DF), explica que, mesmo o míope enxergando bem em distâncias mais próximas sem a utilização do óculos, o indicado, nesses casos, é utilizar uma lente que compense a deficiência visual de perto. Segundo Targino, o grau para enxergar de longe é negativo e para ver de perto é positivo. "Um compensa o outro até uma certa altura. Por isso, o míope consegue ver sem o uso da correção para perto", diz. Tanto o míope quanto o emétrope, ou seja, a pessoa sem necessidade de correção óptica de longe, estão sujeitos a sentir a vista cansada logo após os 40. Por isso, a importância de se fazer um tratamento específico para esse tipo de problema. "Mesmo o míope enxergando bem de perto por um tempo mais prolongado, há a necessidade de fazer a correção", ressalta Targino. Caso contrário, podem surgir alguns efeitos colaterais. Entre eles estão a Astenopia, que causa, entre outros sintomas, dor de cabeça; e a Tropia, cuja característica é o movimento irregular da musculatura devido ao esforço compensatório. Lentes adequadas - A chamada correção monofocal, para apenas enxergar de perto, não é a única opção oferecida hoje com o objetivo de tratar a presbiopia. Atualmente, já existem diversas opções para atenuar os sintomas, que vão de lentes mais modernas e precisas até cirurgias para corrigir a dificuldade de visão. Paulo Targino afirma que a utilização dos óculos multifocais são um dos métodos mais eficazes para corrigir o problema, além de oferecer um bom resultado estético, ao contrário dos óculos que ficam na ponta do nariz. "Vale ressaltar a importância de encontrar o tipo de lente mais adequado ao usuário. Nas lentes multifocais é preciso levar em consideração três medidas: a refração, a distância nasopupilar e a altura do centro óptico. Se elas estiverem perfeitas, a dificuldade será reduzida", afirma. Existe ainda os óculos com lentes bifocais e trifocais. Mas um opção com grande apelo para o público é a cirurgia específica para a presbiopia. Nesse caso, é comum fazer uso de lentes intra-oculares multifocais. Entretanto, ainda não existe uma técnica cirúrgica capaz de solucionar totalmente o problema.
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