Na busca pela redução de custos, seja no mundo corporativo ou até mesmo no âmbito doméstico, muitas pessoas caem no imbróglio dos produtos falsificados. A falsa ilusão da diminuição dos gastos atrai milhares de consumidores no mundo inteiro. Os falsificadores, além de abocanharem grande parte do mercado de CDs, DVDs, brinquedos, roupas e acessórios e tirarem os lucros das grandes gravadoras e fabricantes, agora vêm sofisticando cada vez mais suas formas de pirataria.

O que antes era improvável para o mercado de impressoras, agora assusta os grandes nomes do setor. O mercado de falsificação de suprimentos para impressoras movimenta anualmente bilhões de dólares no mercado ilegal. De acordo com a Associação Brasileira dos Recondicionadores de Cartuchos (Abreci), cerca de 20% dos produtos vendidos são falsificados.

Segundo uma pesquisa realizada pela Imaging Supplies Coalition, associação sem fins lucrativos formada pelas fabricantes de suprimentos para impressoras, 100% das empresas do setor já enfrentaram problemas com a falsificação de seus produtos. Este fato não é prejudicial apenas para as fabricantes, que têm sua credibilidade comprometida, mas também para os clientes. Os compradores, ao adquirirem este tipo de produto, além de incentivarem as atividades ilegais dos falsificadores, prejudicam o seu próprio equipamento e perdem dinheiro em conserto e manutenção.

Este fato interfere diretamente na relação da fabricante com o cliente, que não desconfia da procedência do bem adquirido por tê-lo comprado como se fosse um produto original. Ainda segundo a pesquisa, 80% das companhias relataram que as suas marcas tinham sido usadas ilegalmente e suas embalagens sido copiadas. Conseqüentemente, a imagem da empresa fabricante é abalada.

Os suprimentos originais são fabricados seguindo rígido padrão de qualidade e possuem estruturas suficientes para trabalhar em conjunto com a máquina. Os fabricantes de produtos piratas não seguem regras específicas na hora da fabricação. Os suprimentos falsificados são extremamente prejudiciais às impressoras, podendo causar danos irrecuperáveis nos aparelhos, e o que antes era economia acaba virando um aumento nas despesas com manutenção e conserto. Normalmente, a diferença do custo entre a peça original e a imitação é de aproximadamente 50%, valor que, no futuro, será gasto na recuperação dos danos causados à impressora.

Existem ainda dois pontos fundamentais a serem considerados: a qualidade na impressão diminui nitidamente, pois os tonners falsificados, por não terem a mesma qualidade na fabricação, não suportam a mesma resolução da imagem se comparada a de um produto original. O segundo ponto a ser observado é que a durabilidade dos produtos piratas é muito menor se tomarmos por parâmetro a quantidade de impressões que o suprimento original suporta.

O governo também se preocupa em combater este tipo de crime. No ano de 2004, foi criado o Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos Contra a Propriedade Intelectual, órgão integrante do Ministério da Justiça, que regulariza as estratégias do mercado. Entretanto, à medida que são criadas novas formas de proteção contra a falsificação, como adesivos e números de séries, os falsificadores surpreendem empresários e governantes e burlam, mais uma vez, os novos sistemas de segurança. Para combater este ciclo, é preciso que haja punição severa aos falsificadores e uma grande campanha contra a pirataria, conscientizando a sociedade dos sérios problemas que o incentivo ao mercado ilegal gera ao País e levando a uma mudança cultural nos hábitos de compra.

Nota do Editor: Fernando Petroni é gerente de negócios e suprimentos da Oki Data, uma das principais empresas de soluções de impressão do mundo, com mais de 30 anos de experiência no mercado e uma base instalada de 13 milhões de máquinas, entre impressoras matriciais, laser monocromáticas e laser coloridas.