Por esses citados quero estender minha homenagem a todos os humoristas. Está na hora de pegarem esse Rachid para Judas, em defesa dos brasileiros
Uma análise da estrutura de funcionamento do Estado brasileiro mostrará que o ente federativo funciona como uma voraz sanguessuga dos que trabalham em nosso País. Tributa no atacado e retribui, quando o faz, no varejo. A sua truculência na relação com os cidadãos pagadores de impostos é do nível que havia entre um centurião romano e um escravo de um povo vencido em batalha. A última do Rachid, o secretário da Receita Federal, é que mandou multar a torto e a direito as empresas em escala nacional - falam em 75 mil delas, uma hecatombe tributária -, todo mundo relevante, os que deviam e os que não deviam ao Fisco. Inovou inventando o auto de infração eletrônico, remetido pelo Correio. Boa parte dessas correspondências nem chegarão aos destinatários, pois os sistemas informatizados administrados pelo bisonho Rachid possuem bases inconsistentes e desatualizadas, seu pessoal tem baixa produtividade e nenhum empenho em se colocar ao lado do cidadão esbulhado. Estamos diante de um caso radical de abuso de autoridade e de desrespeito aos direitos fundamentais do cidadão. Um grande escândalo que só em um governo petista poderia acontecer. Perto disso o escândalo do "mensalão" torna-se alo virtuoso, pois não atrapalha a produção e os cidadãos no seu cotidiano. É uma grandeza a ilegalidade e a aberração jurídica desse modo de proceder da Receita Federal. Quem é funcionário público ou assalariado não tem noção do que significa uma violência inominável dessa magnitude para os empreendedores. Mesmo um auto de infração improcedente, comprovadamente injusto e espúrio, requer trabalhos técnicos especializados de contadores e advogados para anulá-lo. Isso custa muito caro, para voltar ao status quo anti. A brincadeira do Sr. Rachid de multar e autuar pelos computadores - poderíamos falar de uma estapafúrdia "e-multa" - é uma brutalidade inaceitável. O Congresso Nacional deveria se posicionar e intervir contra essa ação confiscatória. Tudo isso me levou a pensar no custo que se tornou a Federação para os habitantes do Brasil. 25% do PIB, fora o valor da dívida pública crescente. É a maior máquina de concentração de renda que conheço. Toma dinheiro de quem trabalha, especialmente dos mais pobres, para dá-lo aos ricos apaniguados do governo, os funcionários públicos de polpudas aposentadorias e baixíssima produtividade, os banqueiros e rentistas que rapinam o Tesouro ao financiarem a dívida pública, os fornecedores de todos os quilates com seus editais marcados, especialmente aqueles das grandes obras públicas, fonte principal do "mensalão". Em troca, as duas únicas coisas deverasmente nacionais e benfazejas, que beneficiam o povo e que dele têm o respeito são as Forças Armadas, nossos valorosos Guardas da Pátria, e o sistema de Justiça, ainda que este esteja cheio de vícios e de morosidade, mas ainda assim é operante. Somando os dois custam pouco aos cidadãos. O que custa caro é a rapinagem da exorbitância do Estado aonde não deveria se meter. De resto, a Federação se comporta como uma força de ocupação estrangeira que nenhum respeito tem pela população subjugada. Rachid é o espelho dessa prepotência que deveria sofrer resistência tenaz, no limite do enfrentamento armado. Não tenho dúvida de que algum critério de equidade para com toda a gente trabalhadora passa por repensar a Federação, implantando-se um sistema que copiasse na íntegra o que fizeram os Pais da Pátria norte-americanos, nada diferente do que queriam brasileiros ilustres de outrora, como o grande Ruy Barbosa. * * * Quero aqui homenagear os nossos humoristas. Programas de TVs como "Casseta & Planeta", "Pânico na TV" e o "Show do Tom", passando pelos grandes humoristas da mídia impressa, como Milôr Fernandes, têm feito a crítica mais profunda e a crônica mais refinada do nosso triste cenário político cotidiano dos últimos tempos. Têm sido os principais responsáveis para furar a Voz do Brasil mentirosa em que se transformou o jornalismo de forma geral, tanto das TVs como dos jornais impressos. Não suporto mais a Rede Globo, um jornalismo chapa-branca de fazer vergonha ao que ela mesma produzia no tempo dos governos militares. Essa apresentadora do SBT, Ana Paula Padrão, só não é mais politicamente correta - no pior sentido da expressão - porque impossível. É a rainha dos lugares-comuns. Boris Casoy há muito perdeu o élan combativo, fazendo genuflexão para os bispos de araque da Universal. Os grandes jornalões impressos são a expressão da vergonha que é o antijornalismo. O povo é desinformado pelos noticiários, mas muito bem informado pelos humoristas. Antes assim. Vejo, quando posso, todos os programas humorísticos. Além de me divertir à larga posso enxergar o grande benefício que esses talentosos brasileiros fazem para toda a gente. Bussunda parodiando Lula é impagável. O "Pânico na TV", com seu escracho e seu improviso circense é uma dádiva dominical. Tom Cavalcante nem preciso elogiar. Sempre admirei meu conterrâneo talentoso, um gênio digno de suceder Chico Anísio. Por esses citados quero estender minha homenagem a todos os humoristas. Está na hora de pegarem esse Rachid para Judas, em defesa dos brasileiros. Nota do Editor: José Nivaldo Cordeiro é executivo, nascido no Ceará. Reside atualmente em São Paulo. Declaradamente liberal, é um respeitado crítico das idéias coletivistas. É um dos mais relevantes articulistas nacionais do momento, escrevendo artigos diários para diversos jornais e sites nacionais. É Diretor da ANL - Associação Nacional de Livrarias
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