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Opinião
17/10/2005 - 18h02
Os hipócritas
Márcio C. Coimbra - Parlata
 
Os pecados do PT e seus dirigentes na condução do Estado brasileiro

Hipócrita segundo o dicionário Houaiss é "aquele que demonstra uma coisa, quando sente ou pensa outra, que dissimula sua verdadeira personalidade e afeto, quase sempre por motivos interesseiros ou por medo de assumir sua verdadeira natureza, qualidades ou sentimentos que não possui; fingido, falso, simulado".

As práticas protagonizadas pelo Partido dos Trabalhadores no poder talvez estejam sendo mais decepcionantes do que se pode imaginar. Aqueles que em outros tempos defendiam a moralidade e a ética no trato com a coisa pública parecem finalmente ter sido desmascarados de forma inimaginável. Os crimes e pecados são fortes, como o uso de recursos não contabilizados de campanha, compra de parlamentares, liberação de recursos em troca de votos no Congresso Nacional, loteamento de Estatais com o objetivo de financiar legendas aliadas, pagamento de dívidas de campanha no exterior durante o exercício do mandato presidencial, entre outras. Vale lembrar que o PT foi levado ao poder por milhões de brasileiros exatamente no intuito de evitar tais práticas. Hoje percebemos que os arquitetos da vitória de Lula, além de serem os principais acusados de perpetuar tais práticas, foram aqueles que emprestaram requinte aos mecanismos de desvio de dinheiro público.

O problema maior, entretanto, não reside no Partido dos Trabalhadores, mas na figura daquele que legitima a ocupação, em cargos de confiança, de membros ou pessoas ligadas à sigla. Não parte-se aqui para uma generalização, entretanto, é certo de que os dirigentes, ou seja, a cúpula do partido do Presidente da República é o foco final de investigação de todas as denúncias sobre a rede de corrupção que se instalou no coração do poder. Lula, na cadeira de Presidente, se não participava do esquema, deixou correr sob suas barbas o maior esquema de corrupção da história da República, que pelo grau de sofisticação, deixa ruborizados os mais experientes corruptos de que se tem notícia.

É notório que o Presidente não possui a mínima habilidade ou gosto para governar. Deleita-se, todavia, com as benesses e facilidades do poder, com as tarefas de chefe de Estado, até certo ponto, pois sua maior habilidade é a mesma que possuía à frente do Sindicato de Metalúrgicos, ou seja, falar para multidões que estejam dispostas a ouvir seus discursos de improviso. A questão aqui é saber até onde o Presidente fechou os olhos para as práticas ilícitas de seu governo em troca de usufruir das facilidades e mordomias que o Estado pode lhe oferecer sendo ocupante do Palácio do Planalto.

Portanto, se o Presidente sabia das práticas ilícitas que recheavam os cofres de seu partido e de aliados com dinheiro público desviado de forma irregular, seu crime é de responsabilidade. Entretanto, se de nada sabia, como afirma, não resta dúvida de que desde sempre o Presidente serviu como um fantoche manipulado por grupos socialistas, sindicalistas e mal intencionados, para chegar e justificar sua estada ao poder. Depois de atingi-lo, transformou o Estado em uma ação entre amigos e deixou que estes grupos tomassem o governo de assalto em troca da confortável vida de Chefe de Estado. Neste caso, também há crime, por omissão. A decepção do povo com a pessoa do Presidente, sua falta de atenção ou retidão moral e ética é, em ambos os casos, extrema.

O Presidente já passou por várias fases desde o estouro da crise. Primeiro mostrou indiferença, depois prometeu investigações rigorosas, para em ato contínuo dizer que foi traído e buscar apoio nas camadas populares em intermináveis viagens pelo interior do Brasil. Tentou jogar a culpa no Congresso Nacional como se os corruptores não estivessem sob suas asas, no Poder Executivo. Por último, afaga os deputados petistas que se beneficiaram com os reais das contas do operador da rede de corrupção montada por seu próprio partido. Os acusadores de outrora agora são acusados. Tentam de todas as formas evitar a condenação. Usam artifícios políticos, jurídicos e até não-republicanos para escapar da justiça e da cassação. Tenho a convicção de que se falta ao PT ética, moral, compostura e boa fé, tenho certeza que faltam as mesmas coisas ao Presidente, baluarte de seu partido.

Como lembrou Roberto Jefferson em seu último discurso, está na hora de o Congresso Nacional atravessar a Praça dos Três Poderes em direção ao Planalto. Afinal de contas, se "Caixa Dois é coisa de bandido", como afirmou o Ministro da Justiça, e Duda Mendonça admitiu ter sido pago no exterior com recursos não contabilizados da campanha da Lula, a lei eleitoral é clara. Devemos cassar todos os bandidos.


Nota do Editor: Márcio C. Coimbra é advogado, sócio da Governale - Relações Governamentais. Professor de Direito Constitucional e Internacional do Centro Universitário de Brasília - UniCEUB e do Centro Universitário UniEURO. Habilitado em Direito Mercantil pela Unisinos. Especialista em Direito Internacional pela UFRGS. MBA em Direito Econômico pela FGV. PIL pela Harvard Law School. Doutor (PhD) em Direito Internacional pela Wisconsin University (WIU). Vice-Presidente do Conselho Nacional dos Institutos Liberais (Conil) pelo DF. Conselheiro do Instituto Liberdade. Sócio do IEE - Instituto de Estudos Empresariais. Membro da International Association of Business Leaders (IABL) em Nova York. Colunista de jornais e sites brasileiros e estrangeiros. Autor da obra "A Recuperação da Empresa: Regimes Jurídicos Brasileiro e Norte-americano", Ed. Síntese - IOB Thomson. Editor do site Parlata.

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