Fisioterapeuta da instituição quer verificar se a estimulação do sistema respiratório por meio da atividade de cantar tem influência benéfica na capacidade pulmonar de pacientes com problemas respiratórios decorrentes do tabagismo
O Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP está recrutando voluntários para uma pesquisa que tem o objetivo de analisar possíveis benefícios do canto na função pulmonar de ex-fumantes. A iniciativa é da fisioterapeuta Amanda Gimenes Bonilha, e fará a avaliação em pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) causada pela prática do tabagismo. A idéia é, durante seis meses, propor atividades para dois grupos de pessoas portadoras de enfisema pulmonar e bronquite crônica, comparando os resultados ao final do prazo. Um grupo faria atividades ligadas ao artesanato, enquanto o outro praticaria canto. A pesquisadora acredita que este tipo de estimulação do sistema respiratório teria influência benéfica na capacidade pulmonar. O grande problema, no momento, é que a pesquisa não conseguiu recrutar pacientes em número suficiente para a realização dos experimentos. Segundo a Amanda, o ideal seria totalizar pelo menos 30 voluntários, mas até o momento apenas 15 se apresentaram. A organização da pesquisa recomenda que os interessados sejam residentes na cidade de Ribeirão Preto, por conta da facilidade de acesso e locomoção. O processo de seleção para participar da pesquisa consiste num exame de prova de função pulmonar, denominado espirometria. Amanda afirma que a expectativa do tratamento "é a melhora dos sintomas de dispnéia (dificuldade de respirar) e da capacidade pulmonar". Além disso, ela destaca que o paciente ex-fumante pode ter uma oportunidade de socialização, "convivendo com outras pessoas que têm a mesma doença". Óbitos Caracterizada pela ocorrência simultânea de duas doenças que prejudicam o funcionamento dos pulmões, a DPOC é quinta causa de óbitos no País e mata, em média, três brasileiros por hora, segundo as estatísticas informadas. A bronquite crônica e o enfisema pulmonar, que consistem respectivamente na inflamação dos brônquios e destruição do tecido pulmonar, são ocasionados em 90% dos casos, pelo hábito de fumar. "De 15 a 20% dos fumantes desenvolverão a doença", explica Amanda, acrescentando que "a DPOC está associada com alta morbidade e graves prejuízos da qualidade de vida dos indivíduos acometidos, principalmente devido ao desenvolvimento de dispnéia e limitação para a realização de atividades físicas". Segundo ela, o portador pode ser identificado pelos sintomas de tosse crônica que persiste entre resfriados, expectoração de muco ou catarro, dificuldade para respirar e falta de ar em atividades que antes eram feitas sem dificuldades. "O objetivo do médico ao tratar a DPOC é aliviar os sintomas", disse explicando que a lesão pulmonar causada pela doença pode ser controlada mesmo sendo "parcialmente irreversível". Para a eficácia do tratamento, ela ressalta ser essencial o diagnóstico precoce da doença. Os interessados em participar da pesquisa, como voluntários, devem entrar em contato com a pesquisadora, pelo telefone (0**16) 9136-6522.
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