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Opinião
20/10/2005 - 09h05
O jovem diante do referendo
Marcos Ueda
 

Desde 1988, a Constituição Federal concede ao adolescente de 16 e 17 anos o direito de eleger o seu representante nas esferas do poder, através do plebiscito nas eleições para prefeito, governador e presidente da República. Para o jovem cidadão, bem como para os analfabetos e os maiores de 70 anos, exercer esse ato de cidadania é facultativo, como estabelece o artigo 14, parágrafo primeiro, da Carta Magna.

Segundo os registros do Tribunal Superior Eleitoral, dos mais de 122 milhões de eleitores brasileiros, 4.604.962 encontram-se nessa faixa etária. Esse eleitorado juvenil também poderá exercer o direito de escolha e de cidadania no dia 23 de outubro próximo e optar pela proibição ou não do comércio de armas de fogo e munição no território nacional. Mas esses jovens, indivíduos em plena fase de formação de seus valores, estão capacitados para entender os discursos proferidos sobre o tema e avaliar o caminho mais apropriado?

A resposta está no acesso à Educação, que, nesse momento, mais do que nunca, passa a ser a ferramenta fundamental para capacitar esse adolescente a exercer seus direitos civis e políticos. É no ambiente escolar, seja no campo ou na cidade, que esse indivíduo vai adquirir a base para a construção da sua visão política e decifrar os significados de senso de justiça, de lealdade, de honra e de dever cívico. É por meio da educação, direito de todos e dever do Estado e da família, como prescreve o artigo 205 da Constituição Federal, que esses jovens poderão absorver o conhecimento necessário para discernir o que é fato ou fantasia nas entrelinhas de um discurso político.

O acesso à educação traz inúmeros benefícios à comunidade e torna mais aguçada a habilidade para se decifrar os processos políticos e sociais. Permite a constante prática do exercício intelectual, com a troca e a discussão de opiniões, imprescindível para a formação e consolidação da própria identidade. Concede ao indivíduo o desenvolvimento de seus valores como ser produtivo e atuante no meio em que vive. Possibilita também ao público juvenil a abertura de seus horizontes, de forma a romper as barreiras impostas pela sua condição social. Em suma, promove um melhor preparo desse cidadão para avaliar alternativas relacionadas a questões tão polêmicas como a do comércio de armas de fogo e munição no seu país.

Mas, para que esses benefícios alcancem um maior número de jovens cidadãos, há a necessidade de que os órgãos governamentais e todos os segmentos da sociedade desenvolvam um árduo trabalho para a evolução do processo educacional.

A escola precisa mudar para seduzir o aluno. É imprescindível que o docente fale a linguagem desse jovem para entender o contexto em que ele vive. Além de investimentos em material humano e do aprimoramento da metodologia de ensino, é fundamental que as instituições comecem com atitudes simples, como a remodelagem da sua arquitetura escolar, reorganizando mesas e cadeiras em sala de aula, no sentido de aproximar mais o aluno do professor. Afinal, a disposição do mobiliário em fileiras e a figura do professor à frente na sala de aula permanecem desde os tempos do filósofo Thomas de Aquino, há sete séculos.


Nota do Editor: Marcos Ueda é articulador de relações multidisciplinares do CEL(r)LEP, formado em Comunicações pela USP; em Metodologia e Didática pelo Instituto Goethe de Munique (Alemanha); e em Semiose e Semiologia pela Universidade de Berlim. É também formador de professores de língua estrangeira para toda a América Latina.

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