L’État c’est moi
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Não consigo encontrar o adjetivo correto para qualificar a atitude da administração Eduardo César na preservação do "montinho de areia" (foto acima)! O "montinho" deve trazer em seu bojo uma representação histórica e cultural pronta para ser "resgatada". Pelo visto, não foram medidos esforços na garantia de sua integridade. "Serrem as chapas, mas não toquem no montinho!", tenho a impressão de escutar enquanto fotografo a aberração. Até consigo vislumbrar os Grupos Setoriais da Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba - Fundart, envolvidos em filmagens, fotografias, pintura de quadros, confecção de esculturas e peças artesanais, entoando loas, publicando livros com contos e poesias, dramatizando, marcando em registros históricos e geográficos, enfim tomando todas as providências para a imortalização do "montinho". Parece brincadeira, mas não sei se choro ou rio. A balburdia se instalou em Ubatuba. Às vezes penso que estou sonhando, ou melhor (pior?), tendo um pesadelo. Vejam como é triste observar a atitude absolutista de Eduardo de Souza César e Domingos Fábio dos Santos quando em manifesto, invocando os seus cargos públicos, induzem a população a votarem de acordo com suas vontades pessoais. Eles têm coragem até de se alvorarem detentores de verdade cristã. Deveriam sim, mostrarem os prós e contras das alternativas propostas no referendo do dia 23, para que os munícipes optassem, com base, na alternativa que achassem correta. Tal manifesto me parece coercitivo quando lido por um funcionário público municipal, pois é o seu empregador dizendo como ele deve votar. É o resgate da época de Luiz XIV quando ele bradava: "L’État c’est moi! (O Estado sou eu!)" Atitudes como esta me fazem engasgar e não conseguir, racionalmente, continuar a expressar meus pensamentos, portanto vou parando por aqui. Já se passaram é 294 dias. Faltam 71 dias...
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