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Opinião
22/10/2005 - 12h04
Um pacifismo muito estranho
Percival Puggina - Parlata
 

Quando falamos em pacifismo, o primeiro nome que nos vem à mente é o de Mahatma Ghandi, que entrou para a história como notável expressão da não-violência. Vários fatos da vida do indiano, especialmente na sua relação com a dominação inglesa, serviram para esse consenso.

O que poucas pessoas sabem, contudo, é que Ghandi nunca foi um líder apático e entorpecido perante qualquer tipo de agressão. Sua autobiografia, disponível em edição inglesa - The Story of My Experiments With Truth, que pode ser adquirido por pouco mais de oito dólares pela Amazon Book, reproduz, na página 372, esta frase que traduzo: "Entre as muitas coisas malfeitas durante a dominação inglesa na Índia, a história apontará o ato de impedir uma inteira nação do acesso às armas como a pior".

Mais tarde, quando os paquistaneses invadiram Kashmir e começaram a se aproximar de Srinagar em 1947, Nehru tardou em determinar a resistência. No momento em que ela iniciou, Ghandi afirmou ao amigo Sardar Patel: "Quando a operação em Kashmir começou, eu me senti orgulhoso, e a cada aeronave que partia com materiais, armamentos e munições para o exército, eu me sentia assim". E acrescentou: "Qualquer injustiça ou intromissão em nossa terra deve ser defendida com violência, se não com não-violência... Se você pode defender com não violência, por todos os meios, faça isso; essa é a primeira coisa que eu gostaria. Se for para mim fazer, eu não tocaria em nada, sequer uma pistola ou revólver. Mas eu não gostaria de ver a Índia se degradando sem defesa". (Sardar Vallabhbhai Patel: India’s Iron Man, B Krishna, Harper Collins India, 1996).

A tese do desarmamento, inspiradora do Estatuto que leva esse nome, e agravada pela proibição da comercialização de armas em todo território nacional (objeto do referendo do dia 23) é, portanto, mais ingênua e radical em seu pacifismo do que foi o próprio Ghandi. Ora, ninguém me convence de que aqueles que inspiraram o Estatuto, bem conhecidos por suas estrelas e símbolos vermelhos, punhos cerrados, veneração a guerrilheiros e revolucionários, e pelo suporte que dão a vândalos e invasores, sejam pombinhas brancas pousadas no telhado da Pátria. Que aí tem, tem.


Nota do Editor: Percival Puggina é arquiteto e da Presidente Fundação Tarso Dutra de Estudos Políticos e Administração Pública. Conferencista muito solicitado, profere dezenas de palestras por ano em todo o país sobre temas sociais, políticos e religiosos. Escreve semanalmente artigos de opinião para mais de uma centena de jornais do Rio Grande do Sul.

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