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Crônicas
24/10/2005 - 07h11
Dinheiro perdido
João Soares Neto - Agência Carta Maior
 

Neste domingo aconteceu o plebiscito (chamado de referendo) sobre o uso de armas. Foram gastos 700 milhões de reais pelo governo. Nem as armas vão deixar de ser vendidas, tampouco a violência desaparecerá. A raiz da violência é complexa. Há muitas causas. Uma delas é a da própria natureza humana. Outra, a pobreza das cidades e a sua ocupação desenfreada e predatória por milhares de pessoas à procura de teto e trabalho. Bem que esses 700 milhões de reais poderiam ter tido uma outra utilização. Por exemplo: uma casa popular razoável pode ser feita por 3 mil e quinhentos reais. Se você dividir setecentos milhões por três mil e quinhentos reais, dará 200 mil casas. Se essas 200 mil casas fossem feitas em uma cidade grande qualquer, a maioria dos habitantes de suas áreas de risco teria um teto para morar. Seria um milhão de pessoas com casa.

Imaginem, por outro lado, quanto se gasta em publicidade pública no Brasil. Se o que se gasta com propaganda e publicidade para um plebiscito, eleição, inaugurar chafariz, escola ou patrocinar um jogo de vôlei na praia, gasolina da Petrobrás em carro de corrida estrangeiro e outros mais, fosse utilizado na habitação e segurança, a história seria outra. Mas, a publicidade do Brasil gaba-se de ser uma das melhores do mundo. Isto quer dizer o quê? Significa que ela é ilusionista, vende mortalha para casamento, engana, mistifica, doura a pílula. E tudo fica colorido apenas nos jornais e nas televisões. A pobreza é em preto-e-branco ou preto no branco, sem ilusão ou tapinha nas costas.

Voltemos a casa. Ora, se a casa é um dos bens e direitos fundamentais do ser humano, isso não parece preocupar governos, sejam quais forem seus matizes ideológicos ou partidários. Não se vê mais grandes construções na área de habitação popular. Só há discurso e promessa. E há uma profunda distinção entre o discurso e a prática política e esse fosso aumenta a cada dia. Não vale o que se promete e pouco se cobra de quem prometeu e não cumpriu. Culpa nossa.

No próximo ano, haverá eleição. As mesmas figuras de sempre tentarão permanecer no poder. Mostrarão o pouco que fizeram e culparão a “conjuntura” pelo que não fizeram. Farão discursos, aparecerão em programas de rádio e televisão, abraçarão velhos, crianças e enfermos, visitarão templos religiosos e prometerão novamente. Alguns até chorarão. Nós, os eleitores, é que deveríamos chorar de vergonha pelos erros de escolha. Choremos, mas aproveitemos as lágrimas para limpar a vista e enxergar mais e melhor. É tempo.

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