Nenê Velloso |  |
No local aonde foi construída a praça Alberto Santos Dumond, hoje Dr. José Alberto dos Santos, particularmente eu sou contra mudança de nomes, mas nessas condições eu concordo, que além de ser um caiçara da gema e do centro (primeiro prefeito democraticamente eleito), foi quem nos tirou do jugo dos Oliveiras. Talvez, se o primeiro nome homenageado fosse de Gastão Madeira, que antes de ser o precursor da aviação, era um caiçara da gema e do centro, ninguém se atreveria em mudá-lo. Em épocas de ressaca, ou com o mar agitado, coincidindo com a maré cheia, formava-se ali uma lagoa, e como não tinha vazante, esta água ficava represada por muitos dias e até meses, exalando um mau cheiro terrível, até a vinda de outra ressaca. Por isso, denominaram o local de Barra da Lagoa. O prefeito Basílio construiu o enrocamento da barra e a praça Alberto Santos Dumond, estendendo um calçadão totalmente ladrilhado até o rancho dos pescadores, com estacionamento em 45º. O prefeito seguinte Dr. Nélio, deu continuidade ao muro de arrimo e terminou a obra, faltando apenas terminar o piso do calçadão. Entra Pedro Paulo, ao invés de dar continuidade do piso com os ladrilhos hidráulicos, fez apenas um cimentado. Mesmo assim, dava gosto passear por lá. Ainda bem, que foi só um cimentado! Estava muito bom para ser verdade, pouco tempo depois implantou os nojentos quiosques, que se proliferaram espalhando-se por toda a orla. Os seus sucessores gostaram tanto, que continuaram proliferando de norte ao sul. E pelo andar da carruagem, o atual vai continuar, e assim sucessivamente até a obstrução total da orla e dos calçadões públicos. Ubatuba foi transformada pelos nossos políticos, em um verdadeiro "Largo da Concórdia", e a tendência é piorar. O prefeito contratou os serviços técnicos do arquiteto urbanista Sérgio Bianco, para implantar no município o programa cicloviário. Como vai implantar o sistema cicloviário (ciclofaixa) se inexiste o viário? E o pouco que existe, se encontra totalmente obstruído! Espero que o arquiteto urbanista não se esqueça do emplacamento das bicicletas e o patrulhamento da Guarda Municipal, com o objetivo de garantir obediência as normas de trânsito, assegurando a livre circulação e evitando acidentes. O artigo 74 diz o seguinte: "A educação de trânsito é direito de todos e constitui dever prioritário para os componentes do Sistema Nacional de Trânsito". Não é preciso ser um Prestes Maia, ou um Oscar Niemeyer, para se ter noção de urbanismo, basta possuir uma pitada de bom senso e uma inteligência que, sem ser genial, consiga separar o joio do trigo. Conforme noticiou em manchete, o semanário A Cidade em 05/02/2005, "Reurbanização da avenida Iperoig", que a execução está sob a responsabilidade de um grupo formado pelos secretários municipais de Arquitetura e Urbanismo, Meio Ambiente, Turismo, Obras e com integrantes da comunidade. Prezados senhores, urbanizar não é somente o alinhamento ou alargamento de ruas e avenidas, plano piloto, para determinadas áreas, embelezamentos artificiais e estacionamentos. Urbano, é todo o indivíduo cortês, afável, civilizado e gentil. Por isso, urbanizar significa civilizar, expandir, cortesia, civilização. Com a ausência da Guarda Municipal das ruas, veio à desorganização do trânsito, A maioria dos ciclistas, não respeitam o semáforo, transitam na contramão da contramão, alguns falando ao celular, e mudando de direção repentinamente, praticando manobras acrobáticas e ziguezagueantes entre os automóveis, e outras diabruras no trânsito. Motoristas conduzem seus veículos pelas ruas centrais da cidade exibindo seus celulares ao pé da orelha, não fazem uso da seta para indicar mudança de faixa, ou fazer conversão à direita ou a esquerda na próxima esquina. E quando o fazem, viram os volantes repentinamente e simultaneamente com a seta se agravando a manobra ainda mais, pela inobservância do espelho retrovisor. É a infração que mais se vê, infelizmente também é praticada pela maioria dos motoristas responsáveis pelo trânsito (inclusive auto-escolas que eu já presenciei), e os demais órgãos públicos, os quais obrigatoriamente deveriam dar o exemplo. Coibir estes abusos, é o complemento primordial da tão falada urbanização, e nunca praticado. Não sinalizar mudança de direção (dar seta). É INFRAÇÃO GRAVE - PERDE-SE 5 PONTOS NA CARTEIRA E MULTA DE 120 UFIR. Estes maus condutores, principalmente os das bicicletas, e mais os dos automóveis, motoqueiros e pedestres, transformaram a nossa cidade, como se fosse um imenso pasto, que se pode mudar de direção para todos os lados imagináveis e despreocupadamente. E tudo isso, acontece aos olhares pacíficos do guarda municipal de trânsito. Todo esse imbróglio, é causado pela falta de um policiamento e patrulhamento ostensivo e principalmente pela IMPUNIDADE. Dá a impressão, que os nossos policiais do trânsito, são orientados a não intervir nestas situações. É o que se escuta nas ruas e nos bares; que é voz corrente entre os políticos; mexer com isso... é perda de votos! Esta não é a Urbanização que queremos. Sem falar da indigência cultural em que vivemos. AFINAL, NÓS ESTAMOS PERDENDO A CAPACIDADE DE NOS INDIGNAR, COM A FARTURA DESSES PROBLEMAS. Sr. Prefeito, este (croqui acima) é um trecho da Av. Iperoig. Ao lado, a nossa praça de esportes que era o orgulho da cidade. A sua proposta de campanha foi de "Resgatar Ubatuba", ação que ainda não se viu! O povo caiçara não concorda com os locais aonde foram instalados: A Feira Hippie, o Centro de Informações Turísticas, os Quiosques, os Carrinhos de Lanche, a Banca de Jornal etc. É uma reivindicação antiga dos donos da terra: "OS CAIÇARAS". Neste pacote, incluímos as casas da Av. 9 de julho / Rua Guarani, porque entendemos que elas já cumpriram, no passado, o seu papel social, gerando empregos aos caiçaras, e agora, não podem e não devem atravancar o progresso. Só depois dessa limpeza da orla, poderemos começar a pensar em resgatar os turistas e empresários que deixaram de vir para Ubatuba. Nesses 11 prefeitos pós Matarazzo, até hoje, ainda não vi um luminar dentro da administração pública de Ubatuba. Não consigo entender. Que força é esta que um punhado de ambulantes que compõem a Feira Hippie e os demais em sua volta e ao longo da avenida Iperoig, juntamente com o Parque de Divisões e outros, exerce sobre os nossos políticos, tornando-se intocáveis; desafiando a cidade, as normas urbanísticas, e as leis ambientais e sanitárias, e ainda causando poluição visual, no principal cartão-postal da cidade; praticando concorrência desleal com os comerciantes estabelecidos? Será e$$a a força? Eu não acredito! Que e$$e pe$$oal tenha tanta força a$$im. Pense nisso, Sr. Prefeito! Reflita! Esqueça a reeleição por um momento, e pense na cidade! Não seja mais um obstrucionista. A não ser... que o Sr. pretenda engrossar a fila dos candidatos que jamais se reelegeram. Diziam os antigos: Que Ubatuba iria prosperar só quando morresse um tal cidadão. Ele já morreu, e quase toda a família também, e o efeito foi ao contrário, a cidade continua em estado acelerado de autodestruição. Ubatuba está tão empobrecida, que hoje não se reelege mais um prefeito pelas obras realizadas e sim pela quantidade de cestas básica distribuídas. Eu sou um otimista que acha que está tudo péssimo. Leia também: Resgate Ubatuba - 1/3 Resgate Ubatuba - 2/3
Nota do Editor: Francisco Velloso Neto, é nativo de Ubatuba. E, seus ancestrais datam desde a fundação da cidade. Publicado no Almanak da Provícia de São Paulo para o ano de 1873. Envie e-mail para thecaliforniakid61@hotmail.com.
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