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Opinião
01/11/2005 - 12h11
O Brasil dos esperançosos
Cláudio Boriola
 

Acreditando sempre e com expectativa nas mudanças que surgem no decorrer de cada mandato político, há décadas o povo brasileiro vem apostando em dias melhores. A esperança está sempre voltada para as prioridades e para a melhoria de vida, mas com o passar dos anos trocam-se alguns políticos, outros permanecem disputando o poder, e a população fica à mercê das falsas promessas que estão por vir.

Dos políticos, muitos deixam de governar para o povo, esquecendo-se de que o Brasil é considerado um país rico, próspero e de brilhante futuro. Apenas ouvimos falar que o amanhã será melhor e esse amanhã nunca chega, e com isso a vida vai passando. Por que os brasileiros não conseguem mais sobreviver sem fazer compras no crediário, (pagando altas taxas de juros), programar o futuro, vivendo o presente para realizar investimentos como a poupança que está tão esquecida? Ou a melhor opção é fazer dívidas para pagar dívidas? Será que o poder aquisitivo está pessimamente mal distribuído ou a culpa é do Sistema Financeiro, dos políticos, que ditam as regras do jogo, favorecendo os mais ricos, escravizando os mais pobres em suas disputas? Infelizmente nos restam apenas acreditar em nossas próprias atitudes idealistas quando o assunto a ser tratado for finanças.

Na maioria, os investidores da economia brasileira são estrangeiros que preferem aplicar no Brasil por considerar um paraíso de ganhos fáceis. No exterior, principalmente nos países de Primeiro Mundo, onde se tem uma economia forte e justa tanto para capitalistas e assalariados, os juros anuais cobrados em empréstimos giram em torno de 2,0% ao ano, enquanto no Brasil os juros cobrados, infelizmente, podem chegar a 23% ao mês. A meta inflacionária perseguida pelo Banco Central do Brasil (Bacen), para fechar este ano, está prevista em 4,9%. Infelizmente tudo isso é lamentável e nos demonstra com clareza que somos explorados, e não podemos fazer absolutamente nada por não sabermos ditar as regras da economia, que ficam a cargo absoluto e exclusivo do Governo. Por que há tantas desigualdades e injustiças sociais praticadas no Brasil?

Por não ter sido ensinada desde cedo a lidar com o dinheiro, a população brasileira acabou se tornando vítima e presa fácil de um sistema capitalista financeiro selvagem, que vem prejudicando milhões de brasileiros e enriquecendo poucos. Muitos acabam aprendendo a lidar com o dinheiro depois de tomar prejuízo, causado pelas armadilhas impostas, ou no final da vida, pela experiência adquirida, mas isso é tarde para um bom aprendizado. É preciso que todos aprendam a utilizar os juros a seu favor, e no futuro possam fazer parte do seleto grupo de milionários no Brasil.

Afinal, de quem é a culpa por todo esse insucesso? Dos mais espertos, que exploram os mais humildes, desfavorecendo todas as classes sociais ou os culpados somos nós, nossos pais, que não nos ensinaram a disciplina educação financeira, ou do próprio Governo, que vive protegendo os capitalistas que sacrificam os trabalhadores gerando tantas desigualdades sociais e a pobreza?

As grandes lojas, que antes reclamavam das altas taxas de juros praticadas pelo sistema financeiro que afetavam suas vendas, hoje estão criando suas próprias financeiras ou possuem um banco por trás para financiar as vendas a prazo que atraem milhões de consumidores. Ganham na imoralidade margens de lucro embutidas nas mercadorias explorando ainda na cobrança dos juros em pequenas parcelas. Até para comprar alimentos no crediário o brasileiro tornou-se um malabarista. Muitos compram as necessidades reais para a própria sobrevivência - alimentos no crediário! - pagando o alto preço da humilhação até para comer. No vencimento, não possuem o dinheiro e acabam fazendo um empréstimo para pagar o que anteriormente ficou devendo. As instituições financeiras cobram juros vergonhosos, acima da realidade e da capacidade de ganho da pessoa. E tudo isso acaba frustrando milhões de brasileiros que não têm mais de onde tirar dinheiro por estarem com os salários dos próximos meses comprometidos ou seus nomes lançados nas listas de maus pagadores por faltarem com a obrigação.

O Governo Republicano fala muito na prática do social, no combate das desigualdades sociais, na diminuição da pobreza, da fome etc. Será tudo isso uma verdade? Então reflitamos sobre uma filosofia de Sócrates: "Nenhum governante, seja qual for a natureza da sua autoridade, na medida em que é governante, não objetiva e não ordena a sua própria vantagem, mas a do indivíduo que governa para quem exerce a sua arte; é com vista ao que é vantajoso e conveniente para esse indivíduo que diz tudo o que diz e faz tudo o que fala". Em simples entendimento, as atitudes praticadas diariamente e vivenciadas por todos demonstram com clareza que os políticos de hoje apenas dizem tudo o que dizem, e não fazem tudo o que falam. Será que o poder ainda persiste em ser a minoria?

Tudo isso deve ser considerado um bom começo, bastando que a iniciativa parta de você mesmo, e, que o seu sucesso dependerá exclusivamente da sua sabedoria em administrar as suas finanças e de eleger nos próximos anos aqueles que dizem tudo o que dizem e fazem tudo o que falam, não deixando tantas injustiças tornarem-se mais vantajosas que a Justiça.


Nota do Editor: Cláudio Boriola é consultor financeiro, palestrante especialista em Economia Doméstica e Direitos do Consumidor. Autor do livro "Paz, Saúde e Crédito" e do Projeto Educação Financeira nas Escolas.

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