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Crônicas
10/11/2005 - 07h46
Rosinhas, garotinhos e anjinhos
Luiz Guerra - Agência Carta Maior
 

A grande tragédia é que a bala perdida nunca se perde, sempre acaba achando alguém, naturalmente alguém que não tem nada a ver com a história ou não devia ter, pouco importa.

Houvesse um levantamento estatístico confiável, o cidadão comum julgaria estar em plena guerra civil urbana. Só no meu radinho de pilha, ligado o dia inteiro no noticiário da cidade, já perdi a conta das vítimas, e não sei como os nossos movimentos sociais, especialmente os que recebem grana pública e são ótimos de garganta ideológica, não promovem de uma vez por todas uma monstruosa manifestação contra essa garotada do governo estadual, nem que seja para que a população venha a ter conhecimento de que existe um piloto no mínimo bem-intencionado embora todo atrapalhado na roda do leme.

Rosinha a gente não encontra nem no jardim do palácio, e Garotinho, com esse apelido eleitoral de absoluto mau gosto quando tantas crianças por aqui estão levando tiro, só quer saber das eleições presidenciais de 2006. Como se movimenta bem entre os partidos políticos esse autoproclamado especialista em segurança pública, com um currículo internacional de deixar qualquer um babando de inveja! Já viram a pinta do homem em seminários sobre o assunto? Se tudo o que acontece só na Ilha do Governador, onde moro, fosse parar nos noticiários, as pessoas se perguntariam espantadas como ainda não afundamos.

Não estou fazendo graça, estou é com raiva. Neste dia 26 de outubro de 2006, por exemplo, três ou quatro crianças, além dos adultos que as acompanhavam, foram baleadas à saída da escola e levadas para o hospital; uma delas, de apenas doze anos de idade, com grave lesão vascular na coxa direita corre o risco de perder a perna. Guerra entre quadrilhas de traficantes, dizem os repórteres. Antes assim, devem pensar as autoridades.

No episódio da rebelião na Casa de Custódia de Benfica, o outro esbravejou, livrando a cara da mulher: "Foi bandido contra bandido, eles se merecem." "Eles se merecem", confesso, é copidesque, mas não o conteúdo da declaração. Bandido contra bandido num estabelecimento público cuja função é exatamente custodiar os que se acham ali à espera de uma sentença judicial, uma transferência para este ou aquele presídio, um livramento condicional etc. Pois morreu muita gente, e nem sei se os parentes dos mortos foram aconselhados a acionar o Estado por desmazelo ou incúria. Se não o processaram, deviam processar, e com muito escarcéu. Ainda dá tempo. "Tudo isso acontece porque o nosso trabalho está funcionando, os bandidos estão se sentindo acuados e partindo para o desespero", já ouvi de um notável de secretaria estadual. Mas não dava para segurar o desespero deles e dos policiais contra a população do morro e do asfalto? Pois é, acho que não dá mesmo. Essa frase tem uns dois anos, e de lá para cá...

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