Especialistas em saúde do mundo todo estudam alternativas para traçar uma estratégia de ação contra a gripe aviária, não só para o tratamento da doença, mas sobretudo, para prevenção e contenção do vírus. No entanto, até que se chegue a uma conclusão eficiente, a população continua sem saber se deve ou não se alarmar.

A possível pandemia humana vem sendo alertada no mundo todo, porém, pouco se sabe realmente sobre o que se deve fazer. A Organização Mundial de Saúde (OMS), com base em discussões internacionais, vai estabelecer quais medidas podem ser tomadas para o controle da propagação do vírus entre as aves e o que deverá ser feito diante de uma possível epidemia entre os humanos - no mundo todo. E, as crianças, por apresentarem menor imunidade que os adultos, são um dos motivos de intensa preocupação.

Mas o que as mães podem fazer para proteger os filhos? É o momento de se alarmar ou não? Segundo o infectologista coordenador do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital e Maternidade São Luiz, Orlando Jorge Gomes da Conceição "não existe razão para as mães se preocuparem com a doença, no momento. É importante apenas evitar o pânico, já que ainda não há recomendações específicas sobre cuidados com a gripe aviária".

O especialista esclarece que a maioria das viroses pode provocar infecções respiratórias ou sintomas gerais que podem ser confundidos com sintomas da gripe aviária, que são os mesmos da gripe comum que conhecemos. Atualmente, não há perspectivas de ocorrência da gripe aviária em casos humanos no Brasil.

Como não se sabe se haverá ou não uma pandemia e é impossível saber como o vírus atacará as pessoas, cuidados com a alimentação e hidratação, devido ao calor, com ingestão de líquidos e preferência para alimentos leves e a adoção de vestuário adequado para o calor, são algumas das medidas recomendadas pelo infectologista. "É mais importante estar atento aos sintomas de viroses comuns e procurar um médico o quanto antes, do que adotar medidas extremas como cortar o consumo da carne do frango e estocar medicamentos. A qualquer manifestação de virose nas crianças deve-se consultar o médico".

Para o pediatra do Hospital e Maternidade São Luiz, Marco Aurélio Sáfadi, também não há o que possa fazer as mães brasileiras se preocuparem "não existe registro do vírus nas Américas!".

Mesmo assim, é importante que a população não só esteja atenta e conheça a doença para não se alarmar, mas também esteja consciente frente as notícias veiculadas na mídia. Algumas informações importantes que foram passadas por Marco Aurélio Sáfadi:

Sintomas:
São bastante variáveis (desde sintomas típicos de um quadro gripal como febre alta, dores musculares, dor de garganta, tosse) até conjuntivite, pneumonia, insuficiência respiratória e outras complicações mais graves.

Alimentação:
Mesmo no animal contaminado, o consumo da carne previamente cozida (a pelo menos 70ºC) e dos ovos, previamente cozidos, não oferece risco.

Contágio:
Nos casos relatados de pessoas contaminadas o contágio se deu através da saliva e/ou fezes de aves contaminadas, principalmente em zonas rurais.

Tratamentos:
Os dois medicamentos mais eficazes no tratamento da gripe aviária são o oseltamivir e o zanamivir. Ambos devem ser administrados nas primeiras 36 a 48 horas de sintomas para que tenham eficácia em diminuir a gravidade e a duração dos sintomas da gripe.