Dezembro não é somente tempo de enfeitar a casa para o Natal, fazer compras e planejar viagens. É também o mês em que as pessoas começam a rever todos os meses passados e analisar concretamente o que mudou. Novas promessas são feitas, revelando a vontade que muitos têm de parar de fumar, perder peso, melhorar a alimentação e começar a fazer exercícios.

"Geralmente, as pessoas têm motivos pessoais para tentar uma dessas mudanças assim que começa um novo ano. O que a maior parte da população desconhece é que, tentando todas de uma só vez - e conseguindo! - menores serão as chances de se desenvolver um câncer, por exemplo", diz o oncologista Francisco Marziona, do Hospital Santa Paula.

Pesquisadores de Harvard (Estados Unidos) revelaram que mais de um terço de todos os cânceres poderiam ser evitados se houvesse maior controle dos fatores de risco. "Quem decide parar de fumar deve saber que está diminuindo as chances de desenvolver um câncer de cabeça/pescoço, pulmão e bexiga", diz Marziona.

Segundo o oncologista, a promessa de perder peso e evitar a obesidade a todo custo é outra importante decisão na virada de ano. "Os obesos, em geral, têm uma dieta rica em calorias e gorduras e pobre em fibras. Essa alimentação acarreta uma diminuição do trânsito intestinal, expondo a mucosa deste intestino grosso a maior contato com a gordura, que sofre oxidação e torna-se cancerígena. Neste sentido, parece que as pessoas que retiraram a vesícula biliar (fato comum entre os obesos) estão mais propensas a esse tipo de câncer."

Marziona continua: "Já as mulheres obesas transformam sua gordura no hormônio estrogênio, através da enzima aromatase. Isto mantém um nível hormonal elevado mesmo no climatério, aumentando o risco de desenvolverem câncer de mama e/ou de endométrio".

Os obesos fumantes, então, estão predispostos a outras doenças. "Tanto a obesidade como o cigarro aumentam a resistência periférica à insulina, forçando o pâncreas a trabalhar além do necessário, produzindo mais insulina e provocando uma insuficiência que resulta no desenvolvimento do diabetes tipo 2", explica o médico.

Por fim, o doutor Francisco Marziona fala sobre a necessidade de iniciar um programa de exercícios físicos. "Ninguém precisa ser atleta. Mas é imperativo combater o sedentarismo. Caminhadas, esportes de baixo impacto, exercícios aeróbicos, não apenas fazem bem ao coração, mas também fortalecem o organismo como um todo, prevenindo inclusive o câncer".