A cassação do deputado José Dirceu lava a alma coletiva dos brasileiros que "sabem" qual é o sinistro projeto das esquerdas para nosso País. Dirceu mais do que ninguém simboliza essa marcha dos revolucionários para seus propósitos ditatoriais. Dirceu exerceu o poder, seja no PT, seja enquanto ministro de Estado, na plenitude, com o fito de construir "um outro mundo possível", aquele mundo que vigorou e vigora onde se ergue a cortina de ferro do comunismo. Em Cuba ele sempre teve a miragem do paraíso almejado e com o ditador da Ilha fez a amizade mais fraterna. Dirceu tem a psicologia do ditador latente, que não hesitaria um segundo para repetir aqui a desgraça que se abateu onde povos foram submetidos à ditadura do proletariado. Dirceu conseguiu a proeza de ser cassado - banido da vida política formal até 2.015 - por dois motivos fundamentais. Em primeiro lugar, pela incompetência de fazer uma análise correta do meio em que estava inserido. Não avaliou corretamente as forças políticas em jogo, qual o tamanho do poder real da Presidência da República. Não deu o devido peso ao Brasil formal, às instâncias permanentes de poder de Estado. Subestimou o Congresso Nacional, supondo que lá só tinham dois tipos de gente, os 300 "picaretas" sujeitos a "mensalões" e os "puros", integrantes das agremiações de esquerda. O segundo motivo foi a arrogância, a mesma que destruiu gente como Collor de Mello e Luiz Estevão. Essa arrogância que o levou a tratar as pessoas de forma imperial e a desprezar os contatos políticos cotidianos, que de banais nada têm na vida institucional. É na conversa do dia a dia, no ouvir, no cumprimento da palavra dada que se forma a reputação de um político. Dirceu sempre fez o contrário disso. O caso de Roberto Jefferson, para ficarmos apenas nesse que está na raiz do seu infortúnio, é exemplar. Prometeu e não honrou a palavra; fez do deputado um moleque, enganado-o e aos seus correligionários; pior, subestimou-o a um homem habituado ao poder, a manobrar nos bastidores e portador de um incomum traço de personalidade suicida, que não hesitou em sacrificar-se para alcançar a sua vingança. Jefferson hoje deve estar de alma lavada. Comeu prazerosamente sua vingança em prato frio. Além de incompetente, Dirceu é também um farsante. Um guerrilheiro autoproclamado que nunca pegou em armas; um enganador que tomou uma mulher por esposa sem nada dizer de si e abandonou-a quando pôde voltar à luz; um revolucionário de botequim que, ao chegar ao poder, não hesitou em trair o próprio discurso e as próprias promessas, esquecendo-se da pregação de toda sua vida, levando sua gente a fundar o P-Sol, esses muito coerentes; traiu o Congresso Nacional ao assalariar parte de seus quadros para manobrá-los qual marionetes; traiu Lula, ao relutar em sair do governo em tempo hábil para evitar um maior desgaste; traiu até mesmo seus amigos do STF, fazendo-os passar por ridículos, aviltando sua condição de maiores magistrados. É um traidor da Pátria, que pegou em armas contra a República e contra o povo. A justiça política que recebeu foi merecida. Já vai tarde. Nota do Editor: José Nivaldo Cordeiro é executivo, nascido no Ceará. Reside atualmente em São Paulo. Declaradamente liberal, é um respeitado crítico das idéias coletivistas. É um dos mais relevantes articulistas nacionais do momento, escrevendo artigos diários para diversos jornais e sites nacionais. É Diretor da ANL - Associação Nacional de Livrarias.
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