Idealizada e coordenada pelo especialista em reprodução humana assistida, Edson Borges Junior, presidente da Associação Instituto Sapientiae, uma pesquisa realizada com freqüentadores de parques paulistanos demonstrou que o cigarro, o álcool e a obesidade são alguns dos inimigos da fertilidade. Dos 1465 entrevistados, representados por 928 mulheres e o restante pelos homens, 63% não praticam exercícios físicos, 35% estão acima do peso, 30% consumem álcool, 12% das mulheres fumam, entre outros hábitos que prejudicam a vida reprodutiva. O questionário aplicado também apontou que 40% das pessoas tentam a gestação sem sucesso há mais de um ano, portanto com infertilidade. Coincidentemente, 63% dos homens e 63% das mulheres enquadraram-se no Fique Atento, uma das categorias de classificação do estudo. O resultado demonstra a falta de conhecimento da população, quanto aos fatores que podem comprometer permanentemente a fertilidade. Alguns destes complicadores requerem atenção especial. São eles: tabaco - influencia negativamente nas chances de sucesso de uma gravidez -; álcool e drogas - afetam o funcionamento dos gametas masculinos e femininos -; distúrbio de peso corporal - alterações importantes de peso ocasionam distúrbios nos processos de ovulação e diminuição do número e da qualidade de espermatozóides -; sexo sem preservativos - doenças sexualmente transmissíveis podem levar a uma infertilidade normalmente sem sintomas -; idade - fator agravante principalmente para a mulher, que já nasce com os óvulos e envelhecem com o passar dos anos -; anabolizantes - prejudica diretamente o funcionamento dos testículos, resultando em uma produção de espermatozóides com baixa capacidade de fecundação -; estresse - nas mulheres, bloqueia a comunicação hormonal interferindo no processo de ovulação, e, nos homens, causa desde problemas de impotência e dificuldades na ejaculação até alterações na qualidade dos espermatozóides -; dieta e exercício físico - quando exagerados provocam uma redução na produção de espermatozóides e até mesmo uma não ovulação nas mulheres -; drogas de uso comum - alguns medicamentos usados no tratamento de gastrites, úlceras, hipertensão arterial e infecções urinárias causam distúrbios na saúde reprodutiva -; fatores ambientais - estudos demonstram um declínio na fertilidade em decorrência da presença de agentes tóxicos em grande quantidade na água, terra e no ar. Borges aponta para a importância de se conscientizar a população sobre a necessidade de prevenir a sua infertilidade. "Informar a população sobre os reais fatores que podem afetar a sua fertilidade é muito mais importante do que promover a reprodução assistida como um milagre para a concepção de um bebê", enfatiza o especialista.
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