Um olhar diferenciado. Eis aí a possibilidade de se pensar a realidade de uma maneira em que todos os problemas que nos circundam possam ser equacionados. Aliás, o que é a realidade? Nada mais, nada menos, que um campo de possibilidades. A sua transformação dependerá da capacidade de articulação de cada indivíduo com o universo social no qual ele se encontra inserido e os caminhos que este é capaz de visualizar para transcender esta mesma. Quando falamos de uma seara como a educação, todos os dias, vemos um grande campo de possibilidades a serem cultivadas para transformação da vida social e pessoal que, conseqüentemente, poderá vir a contagiar a primeira. Todavia, como é de conhecimento de todos, a educação nas Instituições de Ensino Públicas encontram-se com sérias dificuldades orçamentárias devido os longos anos de centralismo burocrático do Estado Brasileiro seguido do endividamento colossal que há décadas vem asfixiando o setor produtivo levando, infelizmente, a termos contenções nos investimentos nesta área estratégica e, tendo os poucos que foram realizados, terem sido feitos com um planejamento rudimentar, não havendo a devida consonância com as realidades regionais. Entretanto, se realmente somos educadores comprometidos com o nosso ofício, não nos cabe apenas reivindicar uma ação mais eficaz das autoridades públicas, como também, não será armando manifestos infrutíferos que nos levará a termos tudo aquilo que é merecido aos nossos filhos, pois, como nos ensina o ditado popular, não é dando socos em ponta de faca que nos levará a resolução de nossos problemas. Frisamos que reivindicar é importante. Mas, mais importante que reivindicar é apontar soluções e colocá-las em prática. Mais importante que protestar é dar o exemplo de honradez fazendo a diferença. Fazendo isso, saímos da posição de meros manifestantes para a posição de criadores de alternativas o que, acabará tendo o seu reflexo na sociedade e conseqüentemente, acabará por mudar a postura do Estado em relação às Instituições de Ensino Estatais forçando as autoridades (in)competentes, a cumprirem o seu dever constitucional. Mas isso depende de uma postura diferenciada. Depende da forma como nós construímos a realidade a partir de nosso olhar e de nosso agir frente ao Universo social. Tudo depende de nós, a melhoria de nosso sistema educacional depende de você e da forma como você pensa e faz o ex ducere no seu dia a dia.
Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
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