A incidência do bicho geográfico aumenta nos meses mais quentes do ano, quando cresce também o número de animais de estimação em circulação nas praias. De acordo com o dermatologista Mário Grinblat, do Hospital Albert Einstein, "cerca de 80% dos casos chegam aos consultórios durante o verão. Os outros 20% são registrados ao longo do ano, principalmente após os feriados prolongados". O bicho geográfico é um parasita que se desloca sob a pele, formando um traçado que lembra um mapa. Com ciclo de sete a 15 dias, acomete principalmente pessoas que "dividem" espaço com os cachorros nas areias da praia. As fezes dos cães, que podem estar impregnadas pela Larva migrans, entram em contato com a areia e, posteriormente, com a planta dos pés dos banhistas, contaminando-os. A lesão é caracterizada por pequenas e salientes irritações na pele. Apesar de ser mais comum nos pés, que ficam em contato direto com a areia, não é raro observar a anomalia em outras partes do corpo. Além de uma coceira agressiva, pode ocasionar manchas na pele. A prevenção está mais relacionada à conscientização de que as pessoas não devem levar os animais de estimação para a praia. Mas alguns cuidados simples podem reduzir os riscos. "Evite caminhar descalço ou sentar-se diretamente em locais onde a areia esteja úmida", aconselha o especialista. Grinblat ressalta que, aos primeiros sintomas, deve-se procurar imediatamente um médico. O tratamento mais eficaz consiste na aplicação de medicamentos antiparasitários. No caso de infecção única, recomenda-se o uso de pomada. Se for infecção múltipla, o médico deve prescrever um comprimido.
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