Aterraram os guaruçás
Juliano Gregori |  |
Ontem, um amigo telefonou preocupado com a possibilidade de cortarem as duas amendoeiras existentes bem próximas ao Cruzeiro (recentemente tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico - CONDEPHAAT). Impossibilitado de verificar a veracidade do fato, por motivo de viagem, encarregou-me por zelar pela integridade das centenárias. Telefonei para algumas pessoas, mas ninguém soube me informar sobre o possível vandalismo. De qualquer maneira vou ficar de prontidão. Seria um absurdo cortarem parte da história de Ubatuba. Quando fui avisado da reunião que o prefeito teria com os comerciantes das ruas Prof. Thomaz Galhardo e Conceição para definição do impasse criado pela implantação de parte do sistema cicloviário na cidade em início de temporada de verão, eu já havia marcado uma outra com o engenheiro Ricardo Yazigi. O jornalista Sidney Borges estava em meu escritório e retransmiti-lhe o convite. Após a reunião, Borges, gentilmente, passou-me o ocorrido. Sabiamente, o prefeito, recuou de sua decisão, remarcando o início da implantação do plano para março de 2006, fora da temporada de verão. Neste ínterim será feita uma ampla campanha de conscientização. Parabéns senhor prefeito! Às vezes vários fatos pipocam de uma só vez fazendo com que eu tenha que escolher um para o desenvolvimento de texto sobre o assunto. Atenho-me aos que acontecem no centro e seus arredores. Excepcionalmente tenho, sob pena de perder a atualidade, de abordar mais de um assunto e de locais diversos. Não sou contra a existência de quiosques, em quantidade e padrões estéticos que propiciem um desenvolvimento turístico de alta qualidade. Mas, a situação em que se encontram no município de Ubatuba, impõe que o Executivo promova uma ampla discussão, abrangendo toda a comunidade. Temos que repensar, urgentemente, a existência destas permissões. São muitos os desmandos e quando temos a impressão de que tudo corre tranqüilamente, lá na Maranduba, os permissionários do quiosque Millenniun (foto acima), contratam maquinário e fazem um tremendo movimento de terra, digo, areia, para implantarem um aterro que propicie uma plataforma em nível com o piso de seu estabelecimento, promovendo assim a descaracterização da praia. Iniciaram o trabalho na madrugada do dia 13. Quando o poder público deixa a corda correr frouxa, os que pensam apenas no próprio umbigo fazem a festa... ... e que se lasquem os outros.
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