Em um ato de intolerável intromissão nos assuntos internos de nosso país, Lula da Silva, o ex-líder sindical trotskista elevado à presidência do Brasil e afortunadamente pronto a deixar o mandato - segundo referem todas as pesquisas de opinião -, permitiu-se qualificar a oposição venezuelana de golpista. E em um gesto de franca agressão contra nossa máxima organização empresarial, FEDECÁMARAS, a culpou de protagonizar e dirigir um golpe de Estado em nosso país, subscrevendo desse modo a tese do tenente-coronel Hugo Rafael Chávez Frías, o único golpista réu confesso da história venezuelana nos últimos quarenta anos.

Lula confirma com isso o sinistro papel que jogara durante a celebração do Referendum Revocatório, de 15 de agosto de 2004, quando seu embaixador ante a OEA e chefe da missão de tal organização em Caracas servisse de cavalo de Tróia do chavismo, ao impor unilateral e avessamente a legitimação de um ato fraudulento. Uma traição à democracia e aos democratas venezuelanos que converteram Lula da Silva, desde então, em persona non grata para a imensa maioria democrática e opositora nacional.

Não satisfeito com tal inaceitável intromissão, pretende com este artifício desqualificar a própria oposição democrática brasileira e o empresariado dessa importante nação. Brinca com fogo, ao seguir o script escrito por um autocrata despótico e desestabilizador como seu camarada Hugo Chávez. Ele com isso agradece alguns favores, como o possível financiamento de sua campanha presidencial por parte do chavismo venezuelano? Começa a pôr o emplastro antes da ferida que muito provavelmente lhe causará a derrota eleitoral que se avizinha, tirando-o de uma presidência tão imerecida como a que colocara no poder seu par venezuelano?

Para os democratas venezuelanos, Lula e seu partido foram, são e serão sempre persona non grata. Assim não faltem entre nós os que queiram aproximar suas sardinhas à suposta nova esquerda luliana. Não lograrão seus propósitos.

Fonte: www.noticierodigital.com publicado em 11/12/05. Tradução: Graça Salgueiro.