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Opinião
20/12/2005 - 14h21
Lulinha paz e amor no Merco-surto
Mario Guerreiro - Parlata
 

No memorável dia de 8 de dezembro de 2005, teve lugar em qualquer lugar (tanto faz um como outro) de la América del Surto a Abertura da 29ª Cópula, perdão: Cúpula do Merco-surto. Dirigindo suas percucientes e ponderadas palavras a uma platéia de apedeutas embevecidos, o presidente Lulla Nada Sei e Nada Vi propôs a consolidação de uma política industrial comum para o bloco. Segundo ele, isto só há de melhorar a inserção do Mercosur no mercado mundial. Que visão profunda de grande estadista! Que percepção clara e penetrante do que é e dificilmente deixará de ser o excelso porvir deste grande Continente que se espraia da fronteira da Colômbia com o Panamá à gelada Terra do Fogo.

De fato, o Gabão, a Etiópia, o Burundi e outros países, com mercados pujantes e em plena e inevitável expansão, estão aguardando ansiosamente tal política industrial comum, para que façam sua proposta de ampliação do Mercosurto com a criação do Merco-Terceiromundo, um bloco econômico constituído de países do continente americano do sul e do continente africano subsaariano, criado para competir tanto com o Mercado Comum Europeu como também com a ALCA (Apenas Livre Comércio na América do Norte).

Todos sabem que outra não é a idéia de Celso Amorim, nosso Ministro das Relações Exteriores, um dos artífices maiores de nossa política externa neoindependente, pois, como sobejamente sabido é "política externa independente" era a dos saudosos tempo de Jango, das esquerdas contestatárias dos bares de Ipanema e do western spaghetti filmado na árida região de Zaragoza (Espanha) - um quebra-galho na falta do deserto do Alabama e de Susana.

O presidente Lulla Depois Eu Conto aproveitou o ensejo para saudar calorosamente o ingresso da Venezuela de Hugo Chávez no referido mercado, antes mesmo deste país fazer os exigidos ajustes tarifários, obrigatórios para todos os membros efetivos. Pensando bem, isto é um detalhe técnico de somenos importância. A Argentina pediu e conseguiu mais 3 anos de protecionismo de alguns produtos de seu sucateado parque jurássico, perdão: parque industrial. Mas isto é também outro detalhe de secundária relevância.

O que importa mesmo é a presença modernizante e democrática da Venezuela de Cháves y Chapolin, para quem a Petrobras construirá uma refinaria de petróleo no Brasil. Como se sabe, o referido país tem em notável abundância o ouro negro, mas não tem uma única refinaria, de modo a produzir gasolina, querosene, parafina e outros derivados de petróleo, coisa que o obriga a refinar o seu no lugar mais perto de casa, no caso: o Texas. Isso é uma inaceitável dependência do imperialismo americano!

Agora só está faltando caminhar rumo ao o Norte, ma non troppo, ficando ali mesmo na região do Caribe, e propondo o ingresso no Mercosurto de Cubanacan, misterioso país del amor.

Mas isto só ocorrerá se El Coma Andante parar com sua nova revolução cultural em que está perseguindo capitalistas cubanos na Ilha: camelôs, marafonas, motoristas de táxi, vendedores de bananada, usw. que estão ganhando muitos dólares com suas prestações de serviços a turistas estrangeiros - menos aos brasileiros, pois estes só fazem turismo ideológico, não turismo sexual de capitalistas decadentes, quando vão a Cubanacan antes que acabe, para visitar o Museu do Comunismo e tirar retratos fumando um Havana ao lado de Fidel Castro. Outros, de diverso gosto, costumam ir ao Disneyworld e lá tirar umas fotos maneiras comendo um x-búrguer ao lado do Mickey e/ou o Pato Donald. Como já se está cansado de saber, mas não custa nada repetir: Cuba é o Dineyworld das esquerdas.

Estamos certos de que com o ingresso de El Perro de Los Infiernos no Mercosurto este mercado ganhará notável e inesperado impulso: o Brasil já estava muito bem acompanhado com Argentina que, só aceitava o Mercosurto quando o saldo na sua balança comercial era positivo em relação ao do Brasil (coisa que um economista não conseguindo explicar, dirá se tratar de uma externalidade); com o Uruguai, paraíso fiscal dos pampas, onde se faz qualquer negócio, desde que pagando em espécie, mas em qualquer moeda (apenas de preferência em dólar); e finalmente com o Paraguai.

Ah! o Paraguai... (prolongados suspiros junto el lago azul de Ipacaray) em que 90% da frota de automóveis compõe-se de carros roubados do Brasil e o palácio do governo foi um presente do governo de Taiwan, como forma de agradecimento pela porta de entrada de suas milhares de muambas de intenso contrabando na América do Sul. Ah! Como suspirava o magnífico poeta concretista...

América do Sul
América do Sal
América do Sol

Como vemos, a Venezuela só vem a abrilhantar esse dinâmico e promissor mercado que os pessimistas incuráveis ficam dizendo por aí que é o Mercado das Ilusões Perdidas. Pensando bem, nada mais de acordo com um país cuja capital é conhecida como A Ilha da Fantasia. Mas como nosso Presidente é um homem realista-socialista, passa o menor tempo possível nesta mesma cidade para não se contaminar, e a maior parte de seu tempo cortando os ares a bordo do Aerollula em visita a paises de grande relevância estratégica geopolítica.


Nota do Editor: Mario Guerreiro é Doutor em Filosofia pela UFRJ. Professor Adjunto IV do Depto. de Filosofia da UFRJ. Ex-Pesquisador do CNPq. Ex-Membro do ILTC [Instituto de Lógica, Filosofia e Teoria da Ciência], da SBEC. Membro Fundador da Sociedade Brasileira de Análise Filosófica. Membro Fundador da Sociedade de Economia Personalista. Membro do Instituto Liberal do Rio de Janeiro e da Sociedade de Estudos Filosóficos e Interdisciplinares da UniverCidade. Autor de obras como Problemas de Filosofia da Linguagem (EDUFF, Niterói, 1985); O Dizível e O Indizível (Papirus, Campinas, 1989); Ética Mínima Para Homens Práticos (Instituto Liberal, Rio de Janeiro, 1995). O Problema da Ficção na Filosofia Analítica (Editora UEL, Londrina, 1999). Ceticismo ou Senso Comum? (EDIPUCRS, Porto Alegre, 1999). Deus Existe? Uma Investigação Filosófica. (Editora UEL, Londrina, 2000). Liberdade ou Igualdade (Porto Alegre, EDIOUCRS, 2002).

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