O caos que vigora na internet precisa ser estabelecido com novas bases, uma vez que com bom uso pode beneficiar a economia no mundo. Porém, o computador também precisa se transformar num aparelho eletrônico e se tornar uma ferramenta de trabalho, acessível a todos, sem controle, para benefício socioeconômico. Portanto, não pode continuar da maneira tradicional, nas mãos de poucos e aumentando a concentração de renda.

A Cúpula Mundial sobre a Sociedade de Informação discute a centralização, sob controle do ICANN -Internet Corporation for Assigned Names and Numbers, com sede na Califórnia que administra em ação global, através dos EUA, sob uma conta do Departamento de Comércio.

É lógico que os meios das comunicações entre os computadores pela linguagem entre si, favorecem a ação global e a rapidez da troca de informação entre as pessoas. Porém o maior problema é estar sob controle à internet que está crescendo e afetando o mercado. Esta "nova força na mídia", atualmente está saindo do controle do Estado.

Alguns países e a União Européia criticam o problema de estar sob controle e ser centralizado num único país o ICANN - órgão que passou a ter um poder muito forte sobre as pessoas por manter subjugado a maior produção humana, a informação.

A segunda etapa da Cúpula Mundial sobre a Sociedade de Informação- CMSI, foi realizada no dia 18 de novembro, em Tunis, capital da Tunísia. A colaboração a este setor foi pela possibilidade de lutar em busca da realização de uma governança global da internet, porém somente conseguiram um Fórum para discuti-la. Infelizmente nada foi decidido nem evoluiu para a sociedade de informação. Pelo contrário, o controle dos números e nomes de domínios da internet, ditatorialmente imposto, sob a égide do ICCAN, foi ampliado por mais três anos. A UTI - União Internacional das Telecomunicações lutou para conseguir a governança, com apoio de diversos países, infelizmente... não conseguiu.

O local da reunião prejudicou a estratégia internacional para uma sociedade de informação multilateral com visões democráticas. A luta pela transparência e inclusão da tecnologia da informação nos países pobres perde o seu escopo.

Há muitos fatores envolvendo, como; governos, disputas comerciais, diferenças culturais, setor privado, a sociedade civil e as Organizações-Não- Governamentais. Há muito que acontecer. A discussão prima por isso, pois nem os países ricos nem os pobres estão conseguindo resolver o problema socioeconômico. A evolução/revolução virá da tecnologia social, do planejamento, dos programas práticos e realizáveis e não somente de teoria, literatura e/ou filosofia. A meu ver, a economia deixa de ser dirigida e passa a ser programável, com a prática do sistema de informação solidário em ação global, mas em respeito á área de atuação local, pois fixará o homem no local de trabalho. Dessa forma mitiga o problema de imigração que nem é bom e nem resolve o problema do desemprego. Há muito para mudar; a sociedade civil, as organizações não governamentais, os governos e as empresas privadas. Estes precisam se irmanar em busca de soluções democráticas. Infelizmente, nossos representantes não estão acompanhando as mudanças tecnológicas e mantém-se pela tradição. A resposta existe está clara, entretanto, aqueles que nos controlam não querem perceber. Felizmente, não há como fugir.

O meio de superar ou resolver esta dificuldade será a constituição de uma "I-Empresa" que poderá cooperar com uma solução sócio-econômica, via internet. A sugestão está ai, mas precisa de um apoio, pois é um empreendimento inovador.

Nota do Editor: Rosalvi Monteagudo é autora dos livros: "Economia Solidária - Novas Regras" e "Autonomia na Organização da I-Empresa - uma sugestão para o desemprego".