(Meus textos sempre pretendem todo respeito às pessoas e suas respectivas opiniões).
Se houvessem justificativas plausíveis para a existência da "feirinha ripe", esta existência e justificativa, deveria beneficiar a todos os munícipes e cidadãos, em igualdade de condições e, não somente àqueles "escolhidos" (não sei por quem) que lá estão. Os privilégios do comércio informal (longe das regras, da legalidade e das garras afiadas da legislação tributária) devem ser estendidos, de imediato, ao comércio formal. Por que não? A comercialização de produtos industrializados é regida por legislação específica (os de origem e, produção duvidosa, por legislação Federal) e nos termos que o comércio "informal" se propõe, exercido por pessoas físicas, sem notas fiscais de origem ou, de emissão de nota fiscal de venda, não atende estes preceitos e, como tal, esta atividade não deveria ser tolerada, muito menos incentivada pelo poder público. Por óbvio (tenho que lembrar esta obviedade), representantes do poder público não podem exercer atividades comerciais "informais" (por serem ilegais). Fazer vista grossa, varrer para debaixo do tapete ou para debaixo da cobertura, não resolverá, (mais) este problema, que se avoluma, a cada temporada. Ubatuba está se assemelhando ao "boi de piranha". Cada "piranha" que aparece, só quer tirar mais um pedacinho (para fazer churrasquinho) (na próxima esquina). Enquanto isso o erário, sentindo falta dos recursos de seus contribuintes formais, os executará, sem piedade, em praça, digo em hasta pública! São quase 10.000 os contribuintes regulares que, quem sabe pelo exemplo, ou pela "moda" das informalidades; ou pelas dificuldades criadas pela concorrência; pelos custos, de se manterem na formalidade, tornaram-se inadimplentes. Pobres contribuintes pobres não isentos ou, não imunes a tributação. Estamos indo na contramão do desenvolvimento do turismo e, ao contrário da criação de incentivos e, de se proporcionar facilidades à implantação de empreendimentos turísticos, afugentamos e expulsamos investidores do setor, promovendo e, aceitando até, instalações de camelódromos de frente para o mar! Queimamos o que temos de melhor! Assistir a permissividade, tendenciosa, da ocupação desastrosa de espaços nobres, de belezas cênicas incomparáveis, é ver a natureza agonizar, é jogar no lixo, este verdadeiro presente do Criador. Legislação Ambiental? Áreas de Preservação? Áreas de Parques? Gerenciamento Costeiro? Congelamentos? Alguém (sério) me diga o que se pretende preservar por aqui? No que pretendemos transformar esta paisagem que é nosso único "Ganha Pão ? Os problemas são muitos e, as soluções, passam pela nossa sempre relegada vocação. O turismo, como atividade econômica, gera empregos perenes; provoca a criatividade das artes, do artesanato; proporciona inúmeras alternativas produtivas e econômicas, de micro e pequeno porte, alternativas que trazem renda, preservam a identidade cultural, a história; são legais, justas, gratificantes e, satisfatórias para todos os cidadãos e, suas respectivas famílias, sem serem predatórias para o erário, para o comércio regular e para a própria atividade turística. O nosso secretário de Turismo poderia tecer, pelos seus conhecimentos, não um, mas uma centena de exemplos, destes projetos, bem sucedidos, que foram implantados e financiados em comunidades de inúmeras cidades do Brasil e do mundo. Seria excelente ouvir sua opinião pois, suas palavras podem trazer alento e esperança! Quem sabe? Quanto aos turistas, é como uma pescaria: de acordo com a "isca é o bicho que vem". O que estamos mostrando, oferecendo ou proporcionando aos nossos visitantes? O que estamos varrendo para debaixo do tapete? Não quero somar fatos que provoquem aquela sensação desagradável de desesperança, própria de momentos de reflexão, quando a crença vai saindo por uma porta e a tristeza de mão dada com o descrédito, vão entrando pela outra. O tempo é implacável. Para sonhar e acreditar em um futuro melhor para os filhos desta terra, este, não é o caminho. Por outro lado, posso estar, redondamente enganado, equivocado em minhas observações; posso ser um cego, daqueles teimosos, que não querem ver; um falastrão inconseqüente; um maníaco da natureza, ou, do teclado?
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