As recentes declarações do novo presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, sobre o Estado de Israel e os judeus vão além do grotesco. Agridem a consciência do mais alheio dos ocidentais. As palavras utilizadas por ele são gravíssimas, seja quando se refere a uma suposta falsificação sobre o Holocausto (assim maiúsculo, para dar ênfase), seja quando fala sobre o banimento de Israel para a Europa, idéia que nem o mais delirante dos malucos poderia conceber. Jerusalém é a capital eterna dos judeus e seu território está conquistado pelo Direito internacional, pela força de que dispõe Israel para defendê-lo e pela História. As palavras são gravíssimas e sua maldade torna-se perigosamente aumentada porque posta na boca de um dirigente de um Estado relativamente poderoso, produtor de petróleo e capaz de, em curto período, fabricar artefatos atômicos de natureza militar. Eliminar Israel do mapa deixou de ser uma mera bravata retórica para tornar-se uma possibilidade concreta. Evidentemente que a uma ameaça dessa envergadura há que haver uma reação proporcional em sentido contrário. Tal e qual foi feito no passado no Iraque, prevejo que o Estado judeu pode se sentir legitimamente autorizado para fazer ataques preventivos a fim de eliminar o potencial de força nuclear que eventualmente esteja em funcionamento no Irã. Tal reação pode ser também tomada pelos EUA, alvo direto também da alucinação do dirigente iraniano. Uma combinação das duas forças poderá ser também uma possibilidade real, a fim de inutilizar o potencial agressivo. Os governantes e comandantes militares de ambos os países não podem ficar de braços cruzados quando um Estado facínora e belicoso ousa falar de uma solução final, que é não apenas para judeus, mas também para cristãos. Os fanáticos islâmicos odeiam o modo de vida ocidental, não toleram a liberdade que aqui se construiu, não aceitam a liberdade concedida às mulheres (a fêmea do homem sob o Islã é mera escrava), não sabem o que significa a separação entre religião e Estado e não se detêm diante de nada, exceto da força bruta. Há que se lhes dar o merecido. Revi recentemente o lindo filme de Polansk, O PIANISTA. Poética narrativa da última tentativa de solução final contra os judeus. O Mundo não pode esquecer daquele descenso civilizacional, daquela loucura que nada deixou de bom, exceto poetas como Polansk a narrar a mais triste de todas as histórias, para que nunca mais seja esquecida. Em honra dos inocentes que morreram é um imperativo que aqueles que têm o poder, que façam algo em defesa dos inocentes de hoje, para que homicidas alucinados não venham a ter os meios de extermínio de massa em suas mãos. É melhor matar o mal no nascedouro do que deixar as chamas espalharem-se, em incêndio incontrolável. Bem sabemos que a passagem das palavras aos gestos, nesses homens alucinados, é uma mera questão de tempo. É tudo que não podem ter. Nota do Editor: José Nivaldo Cordeiro é executivo, nascido no Ceará. Reside atualmente em São Paulo. Declaradamente liberal, é um respeitado crítico das idéias coletivistas. É um dos mais relevantes articulistas nacionais do momento, escrevendo artigos diários para diversos jornais e sites nacionais. É Diretor da ANL - Associação Nacional de Livrarias.
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