O ano que se encerra foi indelevelmente marcado por dois fatos historicamente importantes e complementares. No plano nacional as revelações da imundície do PT e sua gangue, que se apossou do poder. Os fatos em si, a boca pequena já eram conhecidos. A inconfidência de Roberto Jefferson trouxe-os para o grande público, produziu as CPIs e aí a fisiologia da maior arquitetura de corrupção já posta em marcha no Brasil veio à luz do dia. O mar de lama imunda pasmou a Nação. No plano continental vimos a ascensão e a consolidação de presidentes das repúblicas circunvizinhas comprometidos com o socialismo, quero dizer, com a revolução. Evo Morales na Bolívia e seu MAS - Movimento ao Socialismo - é apenas mais um degrau galgado em busca dos objetivos do Foro de São Paulo, organização que podemos dizer que possui um braço criminoso, pois cúmplice e beneficiária do tráfico de drogas, de assassinatos, seqüestros e outras formas nada santas de expropriação da burguesia. É uma imundície só, maior que aquela do PT porque nos países limítrofes, como Peru, Venezuela e Bolívia, o crime ascendeu à qualidade de instituição de Estado. Aqui ele ainda está sob o manto de sombra e sem o amparo aberto da lei, apesar de movimentos como o MST terem licença para roubar, destruir e, de vez em quando, matar. Em paralelo, temos a omissão criminosa da comunidade internacional, especialmente dos EUA, para quem esse galope rumo ao desastre no Continente Sul-americano não tem importância enquanto não se chegar aqui ao genocídio balcânico ou iraquiano. Ou quando daqui começarem a fazer bases de lançamento de foguetes contra o solo norte-americano. Lula, apesar de sua imundície, é tratado como estadista, democrata e guardião da ordem. Ele é precisamente o seu oposto, assim, como Fidel, Chávez, Kischner, Evo Morales e tutti quanti. Ao analista não pode escapar que o movimento comunista no Brasil encontra-se numa encruzilhada. A estratégia de se tornar hegemônico no poder está praticamente concluída, exceto pelo fato de que temos uma ordem jurídica que guarda alguns direitos individuais, que a imprensa é livre, não obstante a cabeça escravizada da maior parte de seus jornalistas, e que as instituições de Estado funcionam de forma independente, como as Forças Armadas, a Justiça em menor grau e a Procuradoria, além do Congresso Nacional, onde o Executivo está em minoria. Isso explica porque toda a hegemonia conquista ainda não foi o bastante para calar a opinião pública e abafar o escândalo da roubalheira. A hegemonia só pode ser concluída sob a ditadura - é essa a sua lei férrea - e o PT ainda não ousou esse passo final. Penso que estavam a esperar a reeleição para efetivar a tranca ditatorial. A crise, todavia, colocou obstáculos formidáveis em seu caminho. Essa geração que está no poder encontra-se no dilema de ou precipitar os acontecimentos, o que pode significar um fracasso em face do poder de reação que ainda existe, ou adiar seus planos por mais alguns anos. A disputa interna pelo poder dentro do PT é a disputa por colocar em prática um desses caminhos alternativos. Revolução agora ou mais adiante? A imundície coletivista, com seu relativismo moral, com sua vocação homicida, com sua má intenção de suprimir as liberdades individuais, com o inevitável empobrecimento espetacular que pode advir de seu sucesso, tomou conta de tudo. Os imundos são o vírus da destruição da Pátria, o que equivale a dizer, de cada um de nós. Há que se resistir. E o primeiro ato de resistência é o voto, como vimos no recente Referendo, em que os imundos foram fragorosamente derrotados. Penso que os brasileiros repetirão a dose em 2006, já não digo para os postos majoritários, que esses só têm apresentados nomes comprometidos com o Foro de São Paulo, são privativos de seus candidatos. Mas nos cargos proporcionais vejo esperança. O Congresso Nacional a ser eleito certamente estará majoritariamente na oposição ao PT, o que equivale a dizer que a opção gradualista de revolução será uma imposição dos fatos. Menos mal. Nota do Editor: José Nivaldo Cordeiro é executivo, nascido no Ceará. Reside atualmente em São Paulo. Declaradamente liberal, é um respeitado crítico das idéias coletivistas. É um dos mais relevantes articulistas nacionais do momento, escrevendo artigos diários para diversos jornais e sites nacionais. É Diretor da ANL - Associação Nacional de Livrarias.
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