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Crônicas
31/12/2005 - 16h03
Papai Noel tropical
Moacyr Scliar - Agência Carta Maior
 

Existem cursos para tudo, para qualquer profissão. Semana passada, no Rio de Janeiro, ouvi no rádio do táxi a entrevista de um ator que prepara candidatos a Papai Noel. E que são, conforme declarava o entrevistado, uma legião, o que não é de admirar nesta época de desemprego - qualquer bico serve, mesmo que temporário, mesmo que termine no dia 26 de dezembro.

O ator não chegou a entrar em detalhes sobre o curso (que deve incluir disciplinas como "O riso Ho-Ho" e "Como aturar garotinhos que insistem em puxar a barba"). Mas falou das dificuldades que enfrentam os Papais Noéis num país como o Brasil. E foi categórico: a principal delas, a que motiva maior número de queixas dos alunos, é a roupa.

O que não é de estranhar. Como figura mitológica, o Papai Noel nasceu na Europa, o que explica muitas de suas características. Assim, tem sua base no Pólo Norte, onde funciona a fábrica de brinquedos operada pelos anõezinhos (flagrante caso de exploração de menores). Desloca-se em trenó, que é movido a renas, e não a álcool ou biodiesel. E usa aquela pesada vestimenta, muito adequada para países de clima frio - não esqueçam que o Natal lá cai no inverno -, mas que num Rio de Janeiro a 40 graus se torna um pesadelo. Que a tecnologia ainda não solucionou. Nos Estados Unidos já existem jaquetas aquecidas por baterias, mas ninguém por aqui pensou numa túnica de Papai Noel provida de um minicondicionador de ar.

Alguém dirá que este é um castigo pela mania de copiar as coisas de países mais desenvolvidos. Mas o fato é que vivemos num mundo globalizado, em que Papai Noel tornou-se universal, de modo que ainda o veremos por muito tempo. Agora: que tal tropicalizarmos o personagem? Ele poderia atender a clientela em roupas mais adequadas: bermuda e camisetas (vermelhas, claro. O Inter já sofreu demais este ano). A barba poderia permanecer - os trópicos não são hostis aos barbudos, vide Fidel Castro - e a carapuça também, mas de resto a vestimenta seria muito mais apropriada. Tudo depende, agora, de uma campanha bem organizada, a ser conduzida pelos candidatos ao papel de Bom Velhinho. Papais Noéis dos trópicos, uni-vos! Nada tendes a perder, a não o ser o cheiro do sovaco.

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