Demorou, mas aconteceu. No Brasil não vai ter um ano. O ano que vem, para ser mais exato.

Eu já vinha desconfiando que isso, uma hora ou outra, ia acontecer, mas não achei que a coisa ia rolar assim tão rápido. Já, há muitos anos, o Brasil vem se especializando em dar uma estendida em suas festas. Desde os conhecidos feriadões, emendando segundas e terças-feiras aos feriados que teimam em cair às quartas, até os imensos carnavais da Bahia, que duram aí, em média, dois ou três meses. Mas ultimamente a coisa está beirando a insensatez. Por exemplo, você já reparou que nós só estamos entrando em dezembro agora? E, não faz tanto tempo assim, era mais ou menos nessa época que as lojas começavam a arrumar suas vitrines para o Natal. Agora, a primeira árvore de Natal que eu vi esse ano foi mais ou menos no começo de outubro, meu deus do céu! São quase três meses de propaganda em jornais, revistas, rádio, filminhos sentimentalóides na TV. Não tem saco de papai-noel que agüente uma coisa dessas. E se a farra acabasse no dia 25, ainda vá lá. Mas não. Natal e réveillon agora é tudo uma festa só. São quase duas semanas de leitoas, tenders, salpicão, uva passa e nozes.

Sem contar que, durante o resto do ano, entremeado a tudo isso, tem sempre aqueles feriados que a gente não sabe direito o que são, mas que a gente comemora do mesmo jeito. Corpus Christi. Revolução Constitucionalista. Dia do Expedicionário.

Bem, juntando tudo, eu cheguei à conclusão que não apenas 2005 já acabou, como também todo o ano de 2006. Veja bem. Nós estamos entrando em dezembro e agora o pessoal só quer saber de tirar férias e fazer as compras do final de ano. Chega o réveillon, a ressaca dura aí mais uns dias. Logo depois, chega o carnaval, que tem durado pelo menos dez dias nos estados mais desanimados. Mas se você for pra Bahia, como já constatamos, a festa só vai acabar aí, beirando o começo de maio. E em junho, o que é que tem? A Copa do Mundo! É, isso mesmo, 2006 é o ano da Copa do Mundo de Futebol da Alemanha. Quer dizer, junho e julho foram para o bebeléu. Isso se o Brasil perder, porque se ganhar a festa entra em agosto com todo o pique. E aí, começa o quê? A campanha para as eleições do Presidente da República. Uma festa que, como todo mundo sabe, ultrapassa novembro (isso sem contar os próximos quatro anos, é claro). Novembro, já estamos às vésperas do Natal de novo. Chega o réveillon, e pronto.

Feliz 2007 para todo mundo.