O índio cocaleiro Evo Morales venceu as eleições para presidente na Bolívia, levando o Movimento ao Socialismo (MAS) ao poder. As idéias defendidas pelo populista Morales nada têm de novidade, apesar da retórica em nome do "novo socialismo". Morales pretende estatizar empresas e depositar total controle no Estado, que definiria até mesmo o lucro de cada empresa. Sabemos muito bem onde essa rota estapafúrdia leva: miséria total, fome e desemprego, quando não gulags e paredons, para os "egoístas" dissidentes. O continente deve estar disputando com a África a posição de mais miserável do mundo. Só pode ser isso! Aquilo que destroçou por completo os povos do Leste Europeu veio encontrar guarida nessas terras tupiniquins. Se errar é humano e insistir no erro é burrice, o que ocorre na América Latina é prova inconteste de total acefalia. Temos um time e tanto de governantes, que incluem figuras pitorescas como Hugo Chávez, Fidel Castro, Nestor Kirchner, Tabaré Vasquez, Lulla da Silva e agora Evo Morales. Nessa verdadeira lista de terror, até que o "nosso" Lulla fica mais fácil de engolir. O nacional-populismo ainda encontra uma legião de fanáticos seguidores por aqui, não obstante as nefastas conseqüências que trouxe para toda a região ao longo de décadas. Curioso são as contradições dessa gente, que prega o nacionalismo xenófobo no seu quintal, mas exige atitude oposta dos vizinhos. O caso da esquerda brasileira com a Petrossauro é sintomático. Afirmam que o petróleo é "nosso", defendendo a manutenção da empresa como uma estatal. Ao mesmo tempo, os bolivianos autômatos, seguidores de Morales, pretendem expropriar as multinacionais e passar o controle do gás boliviano para o "povo", ou seja, o Estado. A Petrobrás é a maior investidora internacional no setor. Logo, a esquerda brasileira, que apóia Morales, defende um governo que quer expropriar a propriedade do povo brasileiro em suas terras. Masoquismo? Não sei. Mas as eternas contradições nunca incomodaram muito a esquerda. Acho que consomem muito óleo de peroba. Os povos ao sul do Equador estão seguindo nos detalhes o manual do perfeito idiota latino-americano. Culpam os bodes expiatórios pelos males causados pela hipertrofia estatal, e como solução pedem mais Estado. Querem sanguessugas para a cura da leucemia! Não resta muita dúvida de que não temos o menor "risco" de dar certo. Para avacalhar, vamos logo eleger as ilustres representantes da ONG Davida, donas da Daspu, para o Congresso. Assim, ao menos, a prostituição política fica mais transparente. E vamos alterar o nome do continente para América Latrina. Me parece mais adequado e condizente com nossa lamentável realidade. Nota do Editor: Rodrigo Constantino é economista pela PUC-RJ, com MBA de Finanças pelo IBMEC. Trabalha no mercado financeiro desde 1997. É autor dos livros "Prisioneiros da Liberdade" e "Estrela Cadente: As Contradições e Trapalhadas do PT", ambos pela editora Soler.
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