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Crônicas
04/01/2006 - 14h16
Por um punhado de moedas
Luiz Guerra - Agência Carta Maior
 

Sou um apaixonado pelo dinheiro vivo. Não as grandes somas de dinheiro vivo dos corruptos, nem o dinheiro vivo do crime organizado, tampouco o dinheiro vivo dos outros. Em suma, não o dinheiro vivo inequivocamente escuso, venha de onde vier. Sou, na verdade, um apaixonado pelo dinheiro vivo miúdo, o dinheiro miúdo do nosso dia-a-dia, o dinheiro vivo miúdo do cidadão comum. Em outras palavras, gosto de andar com uma merreca no bolso. Andar com uma merreca no bolso os trezentos e sessenta e cinco dias do ano sempre foi a maior preocupação republicana de minha vida, por mais escarninho que se tenha tornado o adjetivo republicano na boca dos parlamentares petistas. Sei que, dependendo da entonação, merreca pode até significar uma nota preta, mas não a minha merreca. A minha merreca é merreca sem entonação, é dinheiro vivo miúdo na mais cabal acepção do termo. Querem ver uma coisa? Gosto de moedas de um real. Um dia desses tinha em minha pochete de cânhamo vinte e cinco reais, e cambaleava de um lado para o outro na Estrada da Cacuia, soturno e cabisbaixo, como um industrial falido, xingando o Fernando Henrique e o Lula pela lamentável condição financeira a que eu tinha chegado nos últimos sete anos. Faminto, entrei no Princesinha da Ilha, comprei um pastel e um caldo de cana e paguei com a nota de cinco reais. No meio do troco veio uma moeda de um real. Não vão acreditar, mas mudei da água para o vinho. Fiquei outro, com aquela moeda de um real no fundo da pochete. Um economista palocciano aqui do prédio, que não vê a hora de tornar-se palaciano depois que começou a elogiar a política econômica fernando-lulista, garantiu-me que isso é coisa de quem nasceu com vocação para pobre ou para cronista de internet. Senti um frio na espinha. Afinal, o cara não faz a menor idéia de que tenho a mania de escrever crônicas. Azar. Paixão é paixão, e não é agora que vou começar a enfiar dinheiro vivo graúdo na cueca.

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