J. M. Oliveira e Silva, português do Alentejo, viajava, na TAP, para Nova York, em classe executiva. Estava lendo um livro quando sentou, ao seu lado, um americano texano, chapéu e botas de cowboy, contando grandezas e vantagens. Logo de cara perguntou para o português: O que você faz na vida? JMOeS respondeu humildemente. Tenho um sitinho lá, no Alentejo, e consigo produzir um milhão de litros de azeite de oliva, quinhentos mil litros de vinho, castanhas, frutas e alguns legumes. Todo isso industrializado na propriedade. Nada que se possa comparar com os grandes proprietários americanos. O texano respondeu. Você tem razão. Eu tenho uma propriedade, lá no Texas, maior que Portugal. Você entende? O português assentiu. Continuou o texano. Tenho um jipe daqueles possantes que faz de tudo. Tem mil e uma utilidades. Você entende? O português assentiu de novo. De manhã cedo pego meu jipe e começo a andar..., andar..., andar... e quando chega o meio dia não consegui chegar a um quinto da propriedade. Você entende? O português humilde e paciente respondeu: "ENTENDO. EU JÁ TIVE UM JIPE DESSES". Observando o comportamento da administração municipal, as marchas e contra-marchas, as vantagens contadas e a lentidão do andar..., andar..., andar... não são raros os ubatubanos e ubatubenses a dizer: "JÁ TIVEMOS UM JIPE DESSES". Nota do Editor: Corsino Aliste Mezquita, ex-secretário de Educação de Ubatuba.
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