A morte súbita é a principal causa isolada de mortes em todo o mundo; saber como agir numa situação dessas pode ser a diferença entre a vida e a morte
Jogadores de futebol, atletas, políticos, jovens: os casos de morte súbita são muitos e atingem pessoas de todas as idades. Quem não lembra do jogador Serginho, do camaronês Marc-Vivien Foe ou do deputado Luiz Eduardo Magalhães? Todos cuidavam da saúde e faziam exames regularmente, mas acabaram sendo vítimas de problemas cardíacos. Setenta e cinco por cento das vítimas de morte súbita têm doenças coronárias. Não se sabe porquê, mas na maior parte dos casos a pessoa morre nas primeiras horas da manhã. Nos Estados Unidos, o total anual de mortes súbitas de origem cardíaca chega a 350 mil. Não há pesquisas sobre o assunto no Brasil, mas os números são considerados alarmantes. "A morte súbita pode ocorrer em pessoas de todas as idades, inclusive crianças", lembra o Dr. Raphael Zardo, cardiologista do Hospital VITA Batel. Existem vários tipos de cardiopatias que podem levar à morte subitamente, e elas podem ser de vários tipos: congênitas, degenerativas, inflamatórias, infecciosas, de condução elétrica e doenças estruturais, como foi o caso do jogador Serginho. Para prevenir possíveis problemas, é fundamental fazer exames cardíacos antes de iniciar qualquer atividade esportiva: "mesmo os atletas competitivos, profissionais, que estão sempre sob observação, podem sofrer fatalidades. Por isso, o atleta regular, que faz atividade física apenas para manter o corpo saudável, deve passar por exames e ser orientado para não ultrapassar os limites do corpo", enfatiza o Dr. Raphael. O uso de drogas também aumenta a chance de morte súbita devido a arritmia cardíaca ou parada respiratória. "Se ouvimos dizer que uma pessoa morreu de overdose, é porque ela teve um desses problemas", explica o cardiologista. O atendimento de emergência, com atuação nos primeiros cinco minutos, é fundamental em casos de paradas cardiorrespiratórias, já que o único tratamento eficaz para reverter a fibrilação é a aplicação de choque elétrico, a partir do desfibrilador, sobre o tórax da vítima. Por isso, tornou-se obrigatória a existência desse aparelho em locais públicos de grande circulação. "É fundamental, contudo, que existam mais cursos de atendimento de emergência dirigidos à comunidade e que estes cursos sejam divulgados, pois esse conhecimento pode ser a diferença entre a vida e a morte, numa situação de emergência", alerta o cardiologista do Hospital VITA Batel.
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