O assunto não costuma ser muito discutido na mídia. Mas, quando um paciente obeso entra no departamento de diagnóstico, toda rotina tem de ser modificada e adaptada para que ele seja devidamente acomodado e para assegurar a precisão dos resultados. De acordo com o doutor Marcelo Secaf, médico radiologista da URP Diagnósticos Médicos, "a análise dos exames de imagem dos pacientes obesos é muito mais difícil e exige maior competência profissional do que os convencionais. Inclusive, requer mais tempo e algumas adaptações". Secaf revela que, em muitos serviços de diagnóstico por imagem, o ultra-sonografista entra em pânico ao se deparar com uma pessoa que está bastante acima do peso normal. "O exame mais comumente empregado é a tomografia computadorizada, justamente porque os raios-X podem ser inúteis e a ressonância magnética pode apresentar riscos de o paciente ter problemas com a passagem e sofrer pequenas queimaduras". O médico adianta que, embora a Tomografia Computadorizada apresente-se como a opção mais indicada, vale a pena o paciente checar se o equipamento empregado é novo ou se já está ficando obsoleto. "Por ser altamente sensível, se não for adequadamente calibrada, a Tomografia pode resultar em imagens muito ruidosas, que certamente vão prejudicar o diagnóstico". Além de a obesidade ser um problema que incomoda o próprio paciente, também costuma ser uma responsabilidade a mais para médicos e clínicas de diagnóstico por imagem. O médico radiologista tem de redobrar a atenção e os cuidados ao examinar esses pacientes, assumindo também os riscos inclusive de comprometer seus equipamentos.
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