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SEÇÃO
Crônicas
11/01/2006 - 22h17
2006 e nós
João Soares Neto - Agência Carta Maior
 

Estamos aqui. 2005 já era. Não vale mais falar dele, passou. É passado. Depois da preguiça, da missa, da premissa, entra na liça o 2006. Vem com tudo o que tem de direito: cpi, carnaval, copa do mundo, eleições, secas, enchentes, inverno e tudo o que os outros anos têm de pior e do bom. O que é óbvio não se diz, mas os anos são feitos por nós. Nós, as pessoas. E os nós que atamos ou deixamos que atem ao nosso redor. Se admitirmos que nós fazemos o ano, então é hora de cada um ir arrumando o jeito de fazer a sua parte, com arte, destarte. Se acreditarmos que estamos cheios de nós, os que nos enredam, prendem o nosso hoje e quiçá o futuro, é bom lembrar da história de Alexandre, o Grande, o líder guerreiro macedônio que conquistou a Ásia e deu sentido ao império helênico, sobre o tal do nó Górdio.

O rei, chefão, imperador da Górdia, por onde passaria Alexandre, em sua guerra de conquista criou um nó. Esse nó era um entrelaçamento de cordas e não havia ninguém que conseguisse desatá-lo. Era um nó cego, onde não se via forma de desatar o seu emaranhado. Até que um dia, conta a história, Alexandre resolveu aparecer por lá e foi tentar desatar o nó. Chegou com o seu jeito de conquistador decidido, passo firme e encarou o dito nó. Olhou, matutou, coçou a cabeça coroada, não via como resolver o problema e não podia sair de lá desmoralizado. Olhou para o chefão da Górdia e, sem avisar a ninguém, desembainhou a espada e cortou o nó ao meio. Estava resolvido o problema, de forma inusitada, e a fama de Alexandre foi aumentando.

Assim é na vida real. De vez em quando, precisamos tirar a nossa espada imaginária e cortar os nós que atam as nossas vontades, atitudes e decisões. Imagine o que deve ter passado pela cabeça de Alexandre. Muitos já tinham tentado desatar o nó górdio e todos voltavam de cabeça baixa. Ele, não. Da mesma forma que os demais, não sabia o jeito de desmanchá-lo, pois não conseguia que as pontas penetrassem no novelo que se formara. Deu uma de doido. Partiu o nó com a espada e todo novelo se desfez. Dar uma de doido, temporário, pode não só desatar nós, mas liberar o que temos aprisionado por medo, acomodação ou indiferença.

Sem querer dar uma de Paulo Coelho e assemelhados, é bom que, de vez em quando, faça-se algo inesperado, diferente do que esperam e que nos deixe livre de aporrinhações antigas. Começo de ano é tempo de amolar espada, verificar que a bainha está lubrificada e não vai impedir que, a qualquer dia ou hora, se ouse empunhá-la. O importante é não ficar segurando o cabo da arma, pois até a paz precisa ser conquistada pela audácia e surpreender os que se imaginam reis da Górdia.

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