Finalmente alguém com um pouco de bom senso determinou a paralisação da malfadada obra da praia do Cruzeiro, onde uma infeliz árvore centenária foi condenada ao corte e um símbolo religioso não menos centenário estava para ser removido. O CONDEPHAAT – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo – oficiou ao Prefeito Municipal no sentido de que paralisasse a obra de construção do “Espaço de Conveniência e Entretenimento – Feira Hippie –“, pomposo nome que se deu a um circo de dimensões gigantescas e que estaria a consumir verba do Estado de São Paulo, R$ 460.000,00, e da Prefeitura, R$ 150.000,00. Para quem não sabe, O CONDEPHAAT é um órgão estadual que tem por finalidade preservar todo o patrimônio histórico, artístico e turístico do Estado de São Paulo, previamente tombado, para que não se perca na memória de seu povo. É graças a ele que estamos preservando verdadeiras jóias da arquitetura paulistana e tantas outras cidades que de alguma forma marcaram a história de nosso Estado e até mesmo da nação. Aqui em Ubatuba são tombados pelo CONDEPHAAT as ruínas da Lagoinha, o Sobradão do Porto, também tombado pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional –, as ruínas da praia da Fazenda, e mais recentemente, a Igreja Matriz e, pasmem, o Cruzeiro, que os assessores do alcaide queriam por no chão. E como vai ficar agora? A Prefeitura terá que provar por A mais B que a obra não afetará o patrimônio acima referido, sob pena de não continuar, desmanchar o que já foi feito e mais, devolver o dinheiro até agora gasto pelos cofres públicos. Tudo isso por que? Estamos acostumados a fazer as coisas nas cochas.
Nota do Editor: Herbert José de Luna Marques [1939 - 2013], advogado militante em Ubatuba, SP.
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