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Opinião
19/01/2006 - 07h41
Cooperativismo, balanço e perspectivas
Daniel Augusto Maddalena
 

O ano de 2005 é passado. Mas dele ficou a certeza de que o desenvolvimento apresentado pelo sistema cooperativista teve um saldo positivo no país, mesmo sem um real empenho do governo em estimular tal setor - houve apenas um ínfimo esforço de fazer cumprir as promessas de campanha de nosso presidente através de pequenos avanços oferecidos ao ramo crédito. Para os outros ramos, porém, não surgiu uma iniciativa governamental de peso. Muito pouco ou nada se fez.

O cooperativismo cresceu com as próprias pernas e com o suor dos muitos que trabalharam em prol de seu desenvolvimento. Ele é a grande fronteira do sistema empresarial nesse novo século. Por mais que seja espezinhado, continua invicto e inexorável. Onde o capital se objetiva como fim, ele se torna o meio. E, assim, o modelo cresce a passos largos em todo o país, em seus mais variados segmentos. Alguns, de maneira surpreendente. Outros sofreram adversidades e tiveram desenvolvimento mais tímido. Mas, de forma geral, em mais um ano provou-se que o sistema está aqui para ficar e modificar o futuro dos milhões de cooperados que nele interagem.

Um dos segmentos que mais se destacou no ano que passou foi o de turismo. Impulsionadas por seu exponencial crescimento, as cooperativas desse setor ganharam grande importância. Em 2005, houve inúmeras iniciativas de se criar sistemas cooperados de turismo, com novas sociedades incubadas ou com o "flerte" de muitos empreendimentos com cooperativas, visando ao incremento do setor. Para os próximos anos, se espera um fecundo movimento de geração de grandes negócios com essas cooperativas. Os turistas também estão de olho no modelo, que permite melhor programação e redução de custos em viagens. Para eles ou para os empresários, as perspectivas são as melhores.

Entre as cooperativas envolvidas com o agronegócio, ficou uma certeza: os problemas relacionados com as doenças no setor pecuário e avícola mostraram o quanto é fundamental a cooperação e a união de forças, com foco na área preventiva. Somente assim, o setor poderá continuar contribuindo positivamente na expansão do PIB, como tem feito em anos consecutivos.

No ramo crédito, medidas pontuais ampliaram as possibilidades de criação de novas cooperativas, com menos entraves e mais facilitadores. Agora, municípios de até 300 mil habitantes podem contar com "bancos populares", geridos por cooperativas de crédito de livre adesão, gerando novas oportunidades de investimento e acesso ao microcrédito. Se permanecerem os incentivos do governo, tal modelo continuará se destacando, assim como tem se evidenciado o cooperativismo educacional. Este, porém, infelizmente, por necessidade, não por incentivo governamental.

Onde o ensino público falha, e onde falta acesso ao setor privado da educação, as cooperativas de educação aparecem, demonstrando seu valor, cada dia mais. Basta notar o grande número de escolas particulares que tem fechado e comprovar o estado deplorável do ensino público para ter a certeza de que o modelo pode preencher de forma perfeita essa lacuna gerada pela política de descaso com a educação. A cooperação, principalmente entre pais e mestres, é elemento fundamental para que consigam atingir o sucesso, fazendo com que a educação no sistema cooperativista ganhe valor.

No ramo trabalho, tal valor parece não existir aos olhos do governo. Ele sofre e continuará sofrendo abusos por parte dos órgãos públicos do "grupo" trabalhista instalado. Não aceitam a lei que, de forma clara, permite que essas cooperativas ofereçam ao trabalhador uma forma digna de sustento. A proposta de uma regulamentação específica no setor foi a grande batalha do ano que passou, prometendo abrir novos horizontes para o ramo. A esperança é que, neste ano, o corporativismo exacerbado baixe um pouco as guardas para que esses trabalhadores continuem executando seus serviços e garantam seu sustento. Mas, não foi apenas esse ramo que lutou para se impor.

O ramo saúde também teve seus embates com o Fisco, para poder fazer valer alguns princípios legais diante da tributação excessiva que se aplicou às cooperativas. Abandonadas pelo governo, que não cumpre o preceito constitucional de atender à saúde da população, pessoas de todas as classes têm buscado maior qualidade no atendimento e preços mais justos através das cooperativas de saúde. A falência do sistema público de saúde ditará o franco crescimento desse ramo no futuro próximo.

O cooperativismo já é realidade marcante e não se restringe somente aos ramos descritos acima. Ele participa de outros setores da economia, operados por esse valioso modelo de empreendimento econômico. Mesmo com as divergências e obstáculos enfrentados, o saldo do sistema no Brasil é extremamente positivo e as perspectivas para este ano, animadoras. Apenas um alerta: por ser ano eleitoral, possivelmente teremos oportunistas de plantão, prometendo falácias e pouco fazendo depois.


Nota do Editor: Daniel Augusto Maddalena é consultor especializado em cooperativismo.

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