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Opinião
19/01/2006 - 18h01
Por que Alckmin pode vencer
Márcio C. Coimbra - Parlata
 

Os movimentos políticos indicam que a corrida eleitoral para o Palácio do Planalto já teve início. Os movimentos dos principais postulantes a candidato evidenciam este fato. Entretanto, mais do que em qualquer outro partido, as atenções se voltam para o PSDB e a escolha do nome que enfrentará o atual presidente na sua tentativa de reeleição. Uma análise dos dados publicados até o momento já pode apontar tendências e alguns cenários possíveis.

As pesquisas mostram o atual prefeito de São Paulo, José Serra, em vantagem em uma eventual segunda disputa presidencial contra Lula. Na pesquisa Ibope, o tucano vence o primeiro turno com 37% contra 31%. No segundo turno, Serra venceria com vantagem de 13%. No Datafolha a situação é similar. Serra vence o primeiro turno, 36% contra 29% de Lula, e no segundo consolidaria a vitória com 50% contra 36%, vantagem de 14%. Estes dados não evidenciam algo novo quando percebemos que o governo Lula é desaprovado por mais de 52% da população. O dado novo foram os números alcançados pelo Governador paulista Geraldo Alckmin, que pode despontar como o grande nome das eleições de 2006. Explico.

Apesar dos opositores da candidatura Alckmin lembrarem que o Governador não é um nome conhecido nacionalmente, as pesquisas já evidenciam o oposto. Alckmin, que possuía 14%, já surge com 22% das intenções de voto nacionalmente no primeiro turno. No segundo, o Governador, com 40%, já aparece em empate técnico com Lula, com 41%. As pesquisas mostram boa aceitação de seu nome no eleitorado e um forte potencial de crescimento. Mostrou que entende de estratégia e inteligência política, assumindo a candidatura ainda em dezembro de 2005. É preciso considerar também que ele parte de, no mínimo, 12 milhões de votos alcançados na última disputa pelo governo de São Paulo. Este potencial, acrescido dos votos de Minas Gerais, onde o PSDB deve emplacar Aécio Neves para um segundo mandato, com cerca de 70% aprovação, lançam as bases dos dois maiores colégios eleitorais do País para a consolidação de uma vitória substancial.

Alckmin surge também como o nome mais palatável para receber a parte mais importante do eleitorado, a classe média, que no Brasil representa o que se chama nos Estados Unidos de swinging vote, fundamental para a eleição de Lula em 2002, mas que, ao que tudo indica, não apoiará a candidatura do Presidente à reeleição. Vale lembrar ainda do eleitorado conservador, católico e evangélico, que poderá tender para o Governador no primeiro turno, mas que certamente o apoiará no segundo.

Entretanto, se decidir por José Serra, o PSDB pode correr mais riscos. O prefeito de São Paulo já é um nome nacional, tendo disputado o segundo turno presidencial com Lula em 2002. Isto explica o recall de Serra neste momento nas pesquisas. Os apoiadores de sua candidatura ao Planalto, contudo, deve lembrar dois pontos. O primeiro é a Prefeitura de São Paulo, que seria abandonada após 1 ano e 4 meses após a posse simplesmente com o intuito de disputar a Presidência. O terceiro maior orçamento do País seria abandonado pelos tucanos, algo que desgastaria o partido e seus candidatos. O segundo ponto é a grande rejeição que Serra possui, algo que pode ser muito bem explorado por seus opositores durante o pleito. Na eleição de 2002 iniciou a campanha com rejeição de 32% e terminou o pleito com 46%. Sabe-se que nenhum candidato pode vencer se possui uma rejeição maior de 40%. Isto mostra que Serra tem um enorme potencial de rejeição a ser explorado, algo que seria especialmente potencializado pelo abandono ao cargo de prefeito de São Paulo. Tudo indica que Serra atingiu ou está perto de seu teto eleitoral, enquanto Alckmin possui forte potencial de crescimento e baixa rejeição. Em função disso, Lula teme um embate com o Governador Alckmin, que segundo ele tornaria a eleição "mais imprevisível e arriscada". Pesquisas no Planalto indicam que o Governador é potencialmente mais perigoso do que Serra para a reeleição de Lula.

A eleição de 2006 será diferenciada. A idéia de uma nova política, respaldada pela ética e seriedade na administração pública balizará as discussões. Aquele que conseguir se apresentar como depositário desses anseios, deve vencer o pleito, ou seja, o fiel depositário da credibilidade da classe média e seus votos decisivos, ocupará o Palácio do Planalto. Geraldo Alckmin, até o momento, é o candidato que se credencia neste espectro. Se os tucanos confirmarem seu nome, terão grande chance de vitória.


Nota do Editor: Márcio C. Coimbra é advogado, sócio da Governale - Relações Governamentais. Professor de Direito Constitucional e Internacional do Centro Universitário UniEURO. Habilitado em Direito Mercantil pela Unisinos. Especialista em Direito Internacional pela UFRGS. MBA em Direito Econômico pela FGV. PIL pela Harvard Law School. Vice-Presidente do Conselho Nacional dos Institutos Liberais (Conil) pelo DF. Conselheiro do Instituto Liberdade. Sócio do IEE - Instituto de Estudos Empresariais. Membro da International Association of Business Leaders (IABL) em Nova York. Colunista de jornais e sites brasileiros e estrangeiros. Autor da obra "A Recuperação da Empresa: Regimes Jurídicos Brasileiro e Norte-americano", Ed. Síntese - IOB Thomson (www.sintese.com). Editor do site Parlata.

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