Anúncios de guloseimas e salgadinhos pela TV, em especial os veiculados durante horários de grande audiência entre as crianças, começam a ser monitorados em boa parte do mundo. Nos Estados Unidos, o Instituto de Medicina da Academia Nacional de Ciências acusa os personagens de diversos programas infantis de contribuir para a epidemia de obesidade entre a garotada americana. Na União Européia, os fabricantes de doces e alimentos gordurosos foram obrigados a reduzir suas inserções durante a grade de programação infantil e seus anúncios correm o risco de serem proibidos caso a ordem seja desobedecida. No Brasil, pesquisa feita pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) analisou 645 comerciais veiculados durante a programação infantil e apontou que os produtos alimentares representaram 22% dos anúncios. Em contrapartida, a Organização Mundial da Saúde apontou que 10% das crianças do planeta estão acima do peso. No Brasil, os estudos mais recentes indicam que 30% das crianças estão com sobrepeso. Dessas, 15% são clinicamente obesas. Entretanto não podemos colocar a propaganda como a única vilã dessa situação, principalmente porque obesidade é uma doença determinada por diversos fatores, inclusive genético e psicológico. Ou seja, não é apenas banindo anúncios publicitários que reverteremos esta epidemia global. Porém, é importante ficarmos atentos aos estímulos publicitários que chegam às crianças e ao tempo em que ficam expostas à televisão. O excesso contribui para o sedentarismo, induz a maus hábitos alimentares, leva a criança a ter menos agilidade e habilidade nas atividades físicas, a uma menor flexibilidade muscular e a mais tantas outras possíveis complicações à sua saúde. Limitar o tempo inerte diante da televisão (duas horas diárias) e promover entre a garotada o hábito de praticar atividades lúdicas, jogos e brincadeiras é essencial para reduzir o excesso de exposição à telinha, dando às crianças a oportunidade de se socializarem, gastarem energia e se manterem saudáveis! O primeiro passo para evitar ou combater o problema deve ser dado em casa, pois é no ambiente familiar que os hábitos das crianças são desenvolvidos e mantidos. Então, a sugestão vale para toda a família: sempre que possível, deve-se trocar as telas por um passeio no parque, na praça, por brincadeiras e por qualquer atividade física. Todos sairão ganhando!
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